A partir do Cazaquistão, Vladimir Putin clamou que as forças da Rússia lançaram, em 48 horas, uma centena de mísseis e 466 drones, tendo causado importantes danos, já esta quinta-feira, à infraestrutura energética da Ucrânia.
“Esta noite conduzimos um ataque de larga escala com 90 mísseis de classes semelhantes e 100 drones. Dezessete alvos foram atingidos”, afirmou Putin, acrescentando que os alvos eram “instalações militares, instalações da indústria de defesa” ucranianos.
À margem de uma cimeira regional, o presidente russo afirmou que este último ataque, que terá atingido pelo menos 17 alvos e deixou um milhão de pessoas sem abastecimento de energia elétrica em solo ucraniano, constituiu uma resposta aos bombardeamentos com recurso a mísseis de produção norte-americana.
“Trata-se de uma resposta aos contínuos ataques contra o nosso território com a ajuda de mísseis ATACMS”, enfatizou em Astana. E repetindo o aviso Putin deixou claro: “Como já disse muitas vezes, haverá sempre uma resposta da nossa parte”.O Kremlin está a escolher alvos na Ucrânia que possam incluir “centros de tomada de decisão” em Kiev.
“Atualmente, o Ministério da Defesa e o Estado-Maior estão a escolher alvos para atingir em território ucraniano. Podem ser instalações militares, empresas de defesa e industriais, ou centros de tomada de decisão em Kiev”, declarou o chefe de Estado da Federação Russa.
“Vamos continuar a responder aos ataques em curso em território russo com mísseis de longo alcance de fabrico ocidental, como já foi dito, inclusive possivelmente continuando a testar o Oreshnik em condições de combate, como fizemos a 21 de novembro”, insistiu Putin.
“Apesar dos nossos avisos sobre o perigo de uma escalada do conflito, foram executados ataques contra o nosso território”, afirmou.
Sobre o Oreshnik, disse que tudo o que se encontrava no epicentro da explosão provocada pelo ataque com o novo míssil “foi, de facto, transformado em pó”.
Putin reiterou que a velocidade do míssil (2,5 a três quilómetros por segundo) o torna indetetável pelas baterias antimíssil inimigas, mas insistiu que não se trata de uma arma de destruição maciça por ser muito mais precisa. Recordou ainda que a Rússia avisou repetidamente que os ataques com armas ocidentais de longo alcance significariam o “envolvimento direto” dos países da Aliança Atlântica na guerra na Ucrânia.
“A utilização de tais armas sem a participação direta de militares e especialistas dos países da NATO é simplesmente impossível”, justificou.
“Sabemos, evidentemente, quantos sistemas de armas o inimigo possui, onde se encontram exatamente, quantas armas foram entregues à Ucrânia e quantas estão planeadas para serem entregues”, afirmou.Putin salientou que a Rússia produz dez vezes mais sistemas de mísseis e equipamento relacionado com mísseis do que os países da NATO no seu conjunto: “No próximo ano, esta produção aumentará mais 25 a 30 por cento”.
Foram registadas explosões em Kiev, Kharkiv, Rivne, Khmelnytskyi, Lutsk e em muitas outras cidades do centro e oeste da Ucrânia, bem como na região de Sumi, no nordeste.
c/ agências