“Estar aqui na Ucrânia, neste dia em concreto, tem um significado muito especial para mim. No dia 1 de dezembro, há quase 400 anos, todos os anos, o meu país celebra o dia da sua independência”, afirmou António Costa, que hoje iniciou funções como presidente do Conselho Europeu.
“A Ucrânia, tal como o meu país, tal como tantos outros países no mundo, tem o mesmo direito, ao abrigo da Carta das Nações Unidas. A soberania da Ucrânia, a integridade do seu território, as suas fronteiras têm de ser respeitadas”, reiterou António Costa.
No dia em que inicia o mandato de presidente do Conselho Europeu, António Costa vincou que a União Europeia “mantém o seu apoio inabalável ao povo ucraniano e à sua luta corajosa por uma paz justa e duradoura”.
Costa salientou que o Direito Internacional “tem de prevalecer” e que a invasão russa “tem de ser derrotada”. Até porque uma eventual “recompensa ao agressor” seria “uma ameaça para toda a comunidade internacional”, alertou.
O responsável censurou ainda a Rússia por recorrer a “ameaças nucleares” e pelos “ataques deliberados” contra civis e infraestruturas vitais na Ucrânia, como os sistemas energéticos.
“Esse tipo de ações tem como alvo pessoas, crianças, famílias, não lhes permitindo ter eletricidade nem aquecimento nem água”, apontou.
“Não são só palavras”
Esta visita de António Costa a Kiev acontece numa altura em que a Ucrânia se esforça por obter garantias de adesão à NATO, quando falta pouco mais de um mês para o regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Nos últimos dias, o presidente ucraniano sinalizou que estaria disponível a negociar um cessar-fogo em troca da entrada de parte do país na Aliança Atlântica.
O território sob controlo da Ucrânia ficaria para já “sob a alçada” da Aliança Atlântica e o restante seria recuperado “de forma diplomática”, estimou Zelensky.
“Estamos hoje para dizer ao povo ucraniano que temos estado ao vosso lado desde o primeiro dia desta guerra de agressão. Podem contar connosco para continuar ao vosso lado”, assegurou.
E esse apoio materializa-se em apoios concretos, ao nível humanitário, económico, diplomático, militar e energético. “Não são só palavras”, afirmou o presidente do Conselho Europeu.
O presidente do Conselho Europeu elogiou ainda os “progressos” da Ucrânia rumo à adesão, ao realizar “reformas profundas” ao mesmo tempo que luta pela sobrevivência. Esse esforço será reconhecido já a partir do próximo ano, com a interligação no roaming e em certas partes do mercado interno. Será “como se a Ucrânia fizesse já parte do mercado comum”, completou.
“Estamos ao vosso lado enquanto for necessário”, garantiu António Costa, que convidou o presidente ucraniano para estar presente no Conselho Europeu que se realiza a 19 de dezembro, em Bruxelas.