O estado de saúde do Papa Francisco “continua a ser crítico”, comunicou o Vaticano neste sábado à tarde, explicando que o pontífice sofreu “uma crise respiratória prolongada do tipo asmático” durante o dia, que requereu a administração de grandes quantidades de oxigénio.

Por outro lado, acrescenta o comunicado do Vaticano, o Papa foi igualmente sujeito a transfusões de sangue, por se ter descoberto “uma plaquetopenia associada a anemia”. Nesse sentido, o prognóstico “é reservado”.

No entanto, segundo o Vaticano, “o Papa continua alerta e passou o dia numa poltrona, embora com mais dores do que ontem.”

Na sexta-feira, um dos médicos que está a acompanhar o Papa no Hospital Gemelli, em Roma, declarou que Francisco não corria risco de vida, mas que ainda não se podia dizer que estivesse livre de perigo. Sergio Alfari, o cirurgião que já noutras ocasiões foi o médico do pontífice, referiu-se particularmente à gravidade da pneumonia bilateral que lhe foi diagnosticada depois da sua hospitalização, a 14 de Fevereiro.

Este é o quarto internamento de Jorge Mario Bergoglio desde que assumiu o papado, em 2013, e pelo menos o segundo devido a problemas no sistema respiratório. Quando jovem, o Papa foi submetido a uma operação que lhe removeu parte de um pulmão.

Na primeira das suas hospitalizações em hospitais romanos, o líder da Igreja Católica foi sujeito a uma cirurgia no cólon, que o manteve internado durante dez dias. Mais tarde, em 2023, voltaria a necessitar de cuidados médicos por causa de uma crise de diverticulum, também associada ao aparelho digestivo, nomeadamente aos intestinos.

Mas apenas dois meses depois Francisco regressaria ao Gemelli para tratar uma infecção respiratória que o próprio Papa descreveria, mais tarde, como uma pneumonia aguda. Nesse mesmo ano, 2023, o pontífice voltou ao hospital uma vez mais, desta feita para nova cirurgia intestinal.

A actual crise de saúde do Papa começou no início de Fevereiro e ficou evidente quando Francisco se viu obrigado a interromper uma homilia, a 9 deste mês, por “dificuldades respiratórias”. Viria a ser internado e o Vaticano descreveu a situação como “complexa”, vindo Bergoglio a ser diagnosticado com uma pneumonia bilateral.

À semelhança do que aconteceu na semana passada, não será Francisco a celebrar a missa deste domingo na Basílica de São Pedro, que ficará a cargo do arcebispo Rino Fisichella. Ainda assim, o Papa escreveu a homilia que será lida. O mesmo vai acontecer com a oração do Angelus, que está marcada para o meio-dia, e para a qual Francisco também escreveu uma reflexão.