Ainda antes de a moção de confiança ser oficialmente chumbada no Parlamento — mas numa altura em que já se antevia que, caso fosse apresentada, esse seria o desfecho —, a popularidade de Luís Montenegro descia, e entre os líderes partidários, foi quem recebeu a pior nota: 2,7 numa escala de 0 a 5. A sondagem publicada esta quarta-feira pelo Jornal de Negócios e Correio da Manhã aponta que 45,2% dos portugueses consideravam como “muito grave” a situação do primeiro-ministro, 44,4% entendiam que o chefe do Governo devia demitir-se e 41,3% que devia ficar no cargo. Além disto, 59,7% dos inquiridos defendiam que, se Montenegro saísse, o país deveria seguir para eleições e 29% preferia um novo Governo da AD. Aliás, no que diz respeito à actuação do executivo, 30,3% dão uma nota negativa e 22,9% dão nota positiva.
Analisando exclusivamente a imagem dos líderes partidários, é a de Luís Montenegro que mais desce. Recebe agora uma nota de 2,7 (já em terreno negativo) quando em Janeiro contava com uma nota de 3, de acordo com uma sondagem da Intercampus cujo trabalho de campo decorreu entre 21 e 26 de Janeiro. Quanto aos restantes, não há mudanças significativas.
Em relação à empresa detida pela família do primeiro-ministro, da amostra de 638 entrevistas, 71,3% das pessoas diziam “não acreditar” que Luís Montenegro não tivesse nenhuma influência na actividade da empresa, enquanto 17,9% diziam acreditar.
Ao mesmo tempo, o PS regista 25% das intenções de voto e a Aliança Democrática (AD) 23,5% — a diferença de 1,5% está dentro da margem de erro da sondagem, que é de mais ou menos 3,9%.
O trabalho de campo realizou-se entre 4 e 10 de Março. Nesse intervalo de tempo, foi debatida e chumbada a moção de censura apresentada pelo PCP — durante o debate, Luís Montenegro anunciou que apresentaria uma moção de confiança e o texto foi aprovado em Conselho de Ministros no dia a seguir —, a empresa familiar do primeiro-ministro passou a ser totalmente detida pelos seus filhos, o grupo Solverde anunciou o fim do contrato com a empresa e o Presidente da República já admitia eleições antecipadas em Maio.
No que diz respeito a intenções de voto, e comparando com os resultados obtidos pela sondagem da Intercampus de Janeiro, o PS sobe ligeiramente 0,3 pontos percentuais, reunindo 25% das intenções de voto e a AD cai 0,9 pontos percentuais com 23,5% das intenções de voto. O Chega mantém-se com 15,2% e a Iniciativa Liberal (IL) sobe para 7% das intenções de voto.
À esquerda, a CDU e o PAN mantêm-se com 3% e o Livre sobe 0,5 pontos percentuais, com 3,9% das intenções de voto. O Bloco de Esquerda (BE) desce ligeiramente (0,3 pontos percentuais) e regista 4,8% das intenções de voto.
A Assembleia da República recebe uma avaliação negativa de 30,3% dos inquiridos (18,5% dão nota positiva). O mesmo acontece com a popularidade do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa: 39,5% fazem uma avaliação negativa da actuação do chefe do Estado (12,7% dão uma nota “muito negativa” e 26,8% “negativa”). Já 25,6% dos inquiridos dão nota positiva (19,5% positiva e 6,1% muito positiva).