Convocada pelo Parlamento para defender condições mais justas e legais de regularização para imigrantes com entrada legal, a brasileira Juliet Cristino foi alvo deste ataque. E rebateu.
Deputado do Chega, partido de ultradireita, anti-imigração e que tem a terceira maior bancada do Parlamento, Nuno Gabriel sugeriu que voltassem para o país de origem.
— Acho que é sensato perceber isto: “Alterem a lei porque a ʽmaltaʼ está aqui ilegal. Ah, resolvam isso”. Não. Regressem ao país de origem e venham nos termos que (a lei) exige. (…) Eu acho um absurdo vir aqui pedir para alterar uma lei — disse o deputado.
Fundadora do Comitê dos Imigrantes de Portugal (CIP), Juliet respondeu.
— Ninguém aqui é ilegal. Ninguém entra no país (de forma) ilegal. Se entra, é porque o país abriu as portas. Se existe uma lei que permite a entrada como turista e depois fazer seu processo (…) se existe isso, a pessoa não entrou ilegal — rebateu Juliet.
Juliet foi ao Parlamento na última quinta-feira porque fez uma petição onde reivindica o desbloqueio da manifestação de interesse para os imigrantes que já estavam em Portugal quando a lei foi extinta, há quase um ano.
Em menos de 24 horas, o governo, agora derrubado no Parlamento, acabou com a manifestação em junho de 2024. Era o instrumento previsto em lei e mais utilizado pelos brasileiros para a regularização da residência em Portugal.