Nas buscas participam dois juízes de instrução, três magistrados do
Ministério Público e cerca de 250 inspetores da Polícia Judiciária e 50
especialistas de polícia científica.
“Estas buscas destinam-se à recolha de informação relacionada com funcionários desses serviços e não visavam decisores políticos”, esclarecem a PJ e a PGR.
“No centro da investigação encontra-se um conjunto de indivíduos que, em conjugação de esforços e de forma premeditada, viciaram dezenas de procedimentos de contratação pública e privada”, num valor total global não inferior a 17 milhões de euros.
A ministra da Justiça assumiu-se “surpreendida com as notícias desta
manhã sobre buscas a organismos do Ministério” e pediu às eventuais
entidades visadas um “reporte factual sobre as operações inspetivas” e
determinando que “seja prestado todo o apoio necessário aos
inspetores”. “Em abstrato”, os factos investigados são suscetíveis de integrar “crimes de participação económica em negócio, acesso ilegítimo com violação de confidencialidade, abuso de poder, corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, falsidade informática, fraude na obtenção de subsídio, fraude fiscal qualificada, tráfico de influência, associação criminosa e ainda do crime de branqueamento”.
A investigação prossegue sob direção do DCIAP, com a coadjuvação da Polícia Judiciária, estando o inquérito sujeito a segredo de justiça.