A operação de contagem dos votos por via postal começou às 9h00, com mais de 1.050 cidadãos indicados pelos partidos políticos distribuídos por 150 mesas de voto para realizar o escrutínio.

Ao início da tarde, algumas das 150 mesas de voto, instaladas da Feira Industrial de Lisboa (FIL), no Parque das Nações, ainda estavam a registar os envelopes enviados pelos portugueses residentes no estrangeiro e outras aguardavam a chegada de mais votos. São 1.050 os membros das 150 mesas – sete por cada –
que estão a recolher e contar os votos dos emigrantes portugueses, para
os quais foram enviadas cartas, para 192 destinos, contendo o boletim
de voto.

Em declarações à RTP, porta-voz da CNE, André Wemans, explicou que a maioria das queixas estava relacionada com o facto de os boletins de voto não terem chegado aos portugueses residentes no estrangeiro e que, até ao momento, não existiam protestos por parte dos delegados dos partidos presentes na contagem dos votos.

Para os próximos atos eleitorais, a Comissão Nacional de Eleições que “considera muito importante” a redução do número de votos nulos, pela falta da fotocópia de um documento de identificação válido, vai “pensar formas de divulgar mais informação” junto das comunidades portuguesas.

“A Comissão Nacional de Eleições vai, obviamente, pensar em estratégias para divulgar de forma mais eficaz a informação para evitar que se percam votos que foram feitos, só pela questão de ausência, que é essencial e a lei assim o exige, do documento de identificação”, esclareceu André Wemans.


Relativamente às questões relacionadas com o sigilo sobre a identidade dos eleitores, que, juntamente com o boletim de voto, deveriam ter enviado uma cópia do cartão de cidadão, André Wemans assegurou que “cada mesa tem à disposição uma máquina de destruição de papel e assim que o voto é lançado nos cadernos verificados, esse documento de identificação é automaticamente destruído”.

Antes destas declarações à RTP, o porta-voz da CNE tinha revelado que mais de 296 mil votos tinham chegado até segunda-feira, acrescentando que poderão chegar mais votos durante o dia de hoje e quarta-feira.Dos votos que chegaram ao local de contagem, o
responsável da CNE estima que “cerca de 244 mil são da Europa, 44 mil do
círculo Fora da Europa (…) 18 mil da Ásia e um pouco menos de África”.


Sobre a chegada das cartas com os votos dos portugueses residentes no estrangeiro, Wemans referiu que está “ligeiramente idêntica à dos anos anteriores”, sem “grande alteração” e sem “um aumento significativo”.

Após o apuramento dos votos, os resultados finais deverão ser publicados no Diário da República, na sexta-feira ou no sábado, acrescentou o responsável.

Estes votos decidirão se é o PS ou o Chega a ficar em segundo lugar nestas eleições.

Em relação aos deputados eleitos pela Europa e Fora da Europa, serão dois os escolhidos por cada um destes dois círculos.

Nos últimos 20 anos, o PS e o PSD dividiram os mandatos pela Europa e Fora da Europa, mas este bipartidarismo terminou em 2024, quando o Chega elegeu um deputado por cada um dos círculos.

Os três partidos mais votados serão ouvidos pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na quinta-feira.


A AD – Coligação PSD/CDS venceu as eleições legislativas de 18 de maio, com 89 deputados, se se juntarem os três eleitos pela coligação AD com o PPM nos Açores, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o parlamento, 58.


c/ Lusa