A agência de notação financeira Fitch acaba de anunciar a subida do rating de Portugal, em um nível, de “A-” para “A”, mantendo a perspectiva estável, apontando que a dívida pública desceu de um máximo de 134,1% do PIB em 2020 para 96,4% no primeiro trimestre deste ano, “uma das maiores descidas entre os países com notação Fitch”.
A agência avalia que esta quebra “reflecte um crescimento robusto e excedentes primários consideráveis, sustentados por um forte historial de política orçamental prudente”, prevendo que “a dívida pública continue a cair para 88,4% no final de 2027, embora a um ritmo mais lento, e ainda bem acima da mediana prevista para ‘A’ de 53,7%”.
Trata-se da segunda revisão em alta do rating para Portugal em apenas duas semanas, assinala o Ministério das Finanças num comunicado enviado às redacções, referindo-se à decisão da Standard & Poor’s (S&P) de elevar, no fim de Agosto, a notação da dívida de “A” para “A+”.
Na mesma nota, o ministério avalia que “esta decisão é mais uma conquista para Portugal e o reconhecimento do trabalho que está a ser feito pelo Governo, pelas famílias e empresas, no sentido de promover o crescimento da economia, garantir o equilíbrio das contas públicas e a redução sustentada da dívida pública”.
A revisão da Fitch em alta destaca que Portugal é dos países que mais conseguiu reduzir a dívida pública, entre aqueles que são analisados, mantendo uma política orçamental prudente e um crescimento robusto, cita o comunicado do Governo.
A agência destaca ainda que o país tem registado melhor desempenho orçamental do que os seus pares, alinhando com o Governo num excedente orçamental para este ano, quando a média dos países com rating “A” apresenta défices de 2,9%. A redução do endividamento externo e as perspectivas para a economia portuguesa, com um crescimento superior à média da zona euro em 2026 e 2027, são também apontados de forma positiva.
A subida do rating já tinha sido assinalada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, nesta sexta-feira, que, em declarações aos jornalistas no Pavilhão de Portugal na Expo de Osaka, adiantou que estaria “por horas” a possibilidade de uma outra agência subir o rating de Portugal, salientando que, quinze anos depois da troika, “Portugal é hoje um exemplo na Europa do ponto de vista financeiro”.