“À entrada do último trimestre de 2025, é evidente que Portugal não vai conseguir cumprir as metas de reciclagem de embalagens. Estamos a investir mais do que nunca, mas sem uma verdadeira modernização do sistema, os resultados continuam a não acompanhar o investimento feito pelas entidades gestoras”, afirma a CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais.
Até ao terceiro trimestre de 2025, a recolha seletiva de embalagens registou um aumento residual de 2%, com apenas mais 8.013 toneladas de embalagens recolhidas e enviadas para reciclagem, num total de quase 369 mil toneladas, em comparação com o período homólogo, informou a sociedade ponto verde (SPV)
Segundo a sociedade ponto verde “nos primeiros nove meses do ano, os serviços de recolha seletiva de resíduos de embalagens financiados ao SIGRE (Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens) pela Sociedade Ponto Verde e por outras entidades gestoras, atingiram o montante de 147,6 milhões de euros, o que significa um reforço de 63,8 milhões de euros ao sistema, após a decisão de aplicar novos valores de contrapartida (VC) – valores pagos aos sistemas municipais e multimunicipais pelo serviço de recolha e triagem de resíduos de embalagens – através de um Despacho do Governo, que entrou em vigor a 1 de janeiro deste ano”.
“À entrada do último trimestre de 2025, é evidente que Portugal não vai conseguir cumprir as metas de reciclagem de embalagens. Estamos a investir mais do que nunca, mas sem uma verdadeira modernização do sistema, os resultados continuam a não acompanhar o investimento feito pelas entidades gestoras”, afirma a CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais.
Para a SPV “vivemos, hoje, um paradoxo: apesar de o investimento privado adicional quase ter duplicado em 2025, o aumento da taxa de reciclagem foi de apenas dois pontos percentuais – um resultado que é manifestamente insuficiente face ao que é necessário”.
“Mais do que nunca, é preciso garantir que o investimento se traduz em mais reciclagem efetiva e em dados transparentes. É incompreensível que, com mais recursos do que nunca, a reciclagem de embalagens esteja estagnada. O valor que hoje é pago ao sistema de recolha seletiva é suficiente para impulsionar inovação, criar soluções e permite ir mais longe. É imperativo exigir melhor desempenho e a SPV está totalmente empenhada em que isso aconteça. Queremos que cada euro aplicado se traduza em mais embalagens recicladas e num contributo real para o cumprimento das metas que o País tem para cumprir”, conclui Ana Trigo Morais.
A SPV diz ainda que “a reciclagem de vidro encontra-se totalmente estagnada (0%) face ao período homólogo, tendo sido recicladas 165.071 toneladas de embalagens de vidro. Na sequência do aumento dos VC, já foram investidos mais 11,98M€. Até ao momento, este investimento também não se traduziu num aumento da reciclagem de embalagens de vidro”.