Já está: três jogos, três vitórias, cinco golos marcados e nenhum sofrido, garantindo a liderança da fase de liga da Liga Europa. O SC Braga de Carlos Vicens mantém, assim, a sua característica ambivalência: menos eficaz frente aos adversários teoricamente mais fracos, mas dominante e incisivo contra equipas de maior calibre. Em resumo, mediano no campeonato e na Taça, mas empolgante e imponente na Europa.
A equipa arsenalista iniciou o jogo com uma dinâmica clara, controlando a posse de bola e impondo um ritmo intenso, sem dar espaço para que o Estrela Vermelha criasse oportunidades de perigo. Nos primeiros minutos, os sérvios tentaram surpreender, com Radonjic a surgir isolado diante de Hornicek, mas o jovem guarda-redes bracarense respondeu com segurança e confiança.
À medida que o jogo avançava, o SC Braga foi ganhando protagonismo, encurtando linhas, pressionando alto e empurrando o adversário para a sua área, sempre procurando soluções rápidas e objetivas no ataque. Aos 23 minutos, numa jogada bem trabalhada, surgiu o golo merecido: Ricardo Horta, pelo lado direito, fez um passe preciso para Fran Navarro, que, frente a Matheus Magalhães, concretizou com frieza e técnica.
O golo trouxe confiança à equipa, que continuou a dominar o meio-campo. Zalazar e Arrey-Mbi destacaram-se pela personalidade e presença física, anulando qualquer tentativa de reação do Estrela Vermelha. Mesmo em desvantagem, os sérvios tentaram explorar contra-ataques perigosos, mas encontraram em Hornícek e na sólida linha defensiva, liderada por Lagerbielke e Arrey-Mbi, um muro intransponível. O intervalo chegou com o SC Braga na frente, mas a vantagem deixava claro que o jogo ainda não estava decidido.
Na segunda parte, a intensidade manteve-se elevada. O Estrela Vermelha passou a ter mais posse de bola e algum controlo sobre as operações, equilibrando temporariamente o jogo. Tiknizyan criou perigo com um remate forte, exigindo uma intervenção segura de Hornicek.
Carlos Vicens decidiu então realizar alterações estratégicas, que se revelaram decisivas: Zalazar saiu para a entrada de Dorgeles e Fran Navarro foi substituído por Pau Victor. Pouco depois, numa recuperação de bola, Pau Victor lançou Ricardo Horta, que cruzou rasteiro para Dorgeles, ampliando para 2-0.
O SC Braga mostrou maturidade e serenidade, com Arrey-Mbi e Gorby muito sólidos no eixo defensivo, e Ricardo Horta sempre perigoso nas transições ofensivas. Até ao final, a equipa geriu o jogo com inteligência, resistindo às investidas adversárias. O resultado final, 2-0, evidencia que este SC Braga de Vicens já tem identidade própria, coragem e um rumo definido. O presidente António Salvador, ao permitir que o treinador espanhol moldasse a equipa em campo, mostrou frieza e confiança, evitando decisões precipitadas que poderiam ter perturbado o equilíbrio agora alcançado.