Após o painel, os secretários realizaram uma reunião, na qual Bernardo Correia foi convidado a visitar Brasília e conhecer de perto as tecnologias desenvolvidas. “É uma consequência positiva de facilitar este contacto entre as autoridades que participaram na mesa e puderam conversar logo após uma reunião à margem do evento”, explicou Olympio Faissol.

Henrique de Oliveira Miguel disse ao Diário de Notícias que Portugal demonstrou interesse em conhecer, participar no desenvolvimento tecnológico e em estabelecer cooperação entre investigadores e equipas. No convite que fez ao homólogo português, explicou que será uma oportunidade para ter encontros com ministérios-chave nessa área no Brasil.

No encontro, o secretário brasileiro apresentou a visão de governo eletrónico existente no Brasil e os principais serviços que poderiam ser também aplicados em Portugal. Grande parte dessa tecnologia é desenvolvida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a maior empresa estatal de serviços tecnológicos do Brasil.

A Serpro esteve presente no Web Summit em Lisboa no ano passado e voltará a marcar presença este ano. “Esse arranjo institucional é muito importante, na minha opinião, porque estabelece os pontos de contacto que permitem o entendimento por parte do Governo português”, referiu Henrique de Oliveira Miguel.

Os representantes governamentais sublinharam ainda que a cooperação deverá ocorrer em várias esferas, incluindo as empresas e o meio académico. “Temos a perspetiva de estabelecer projetos conjuntos, apoiados por ambos os países e pelos dois governos, mas que também envolvam, além das comunidades científica e académica, o setor empresarial, para que as empresas também sejam fortalecidas neste programa de cooperação”, explicou. “Temos tudo para partilhar com Portugal”, acrescentou.

O secretário brasileiro saudou o facto de Portugal ter criado, neste Governo, um ministério dedicado à reforma do Estado e à modernização dos serviços públicos. “É excelente e consideramos muito importante, pois já percorremos esse caminho. Ter um ministério permite trabalhar também na mudança cultural dentro do próprio governo, entre os servidores e as equipas, porque, por vezes, existem barreiras entre os próprios funcionários”, observou.

Recentemente, o Executivo de Luís Montenegro criou a Agência para a Reforma Tecnológica (ARTE) e nomeou como “CTO” Manuel Dias, antigo diretor de tecnologia da Microsoft Portugal. O ministro Gonçalo Matias anunciou no Parlamento, esta semana, a criação de uma força de intervenção tecnológica na ARTE, destinada a garantir a interoperabilidade e assegurar que esta força de intervenção consiga articular a sua ação com as restantes áreas governativas e dar pleno cumprimento às competências que transferimos para a ARTE.

Confira algumas imagens do evento, tiradas pelo fotojornalista do DN Paulo Spranger.