É Novembro e chove miudinho. O céu cinzento, arrasta–se sobre a cidade. O tipo de chuva que pede casa, manta e um banho quente. Decidi parar num sítio que há muito me inquieta. Subi um pequeno morro junto a uma ponte movimentada de Coimbra e encontrei um cenário inesperado. Debaixo da estrutura de betão, alguém tentou recriar uma casa. Não havia paredes, mas a vontade que existissem estava lá: uma cómoda espelhada com fotografias de família — uma mulher e duas crianças —, um sofá, uma mesa com pacotes de leite, livros escolares e até um fogão.
Artigo para ler, esta quinta-feira, na versão impressa do “Campeão das Províncias”