Guillermo Celis, hoje com 32 anos, recordou, numa conversa no podcast El Bordillo, o tremendo choque que viveu quando, em 2016/17, se mudou do Junior Barranquilla para reforçar o Benfica. Na Luz, o médio colombiano não teve muitas oportunidades, somando apenas sete jogos de águia ao peito. Foi emprestado ao Vitória de Guimarães e depois transferido em definitivo para o emblema vimaranense.

Ao fim de quatro meses, insatisfeito com as poucas oportunidades dadas por Rui Vitória, Celis confrontou o técnico no gabinete, recordando o episódio.

Guillermo Celis (IMAGO)

«Enfiei-me no gabinete do treinador e cometi uma imprudência. Perguntei-lhe ‘por que razão não me põe a jogar? Para que é que me contrataram?!’ e ele baixou-me a ‘crista’ com classe. Disse-me que eu era suplente dos suplentes, porque o suplente dos titulares custava 15 milhões de euros e levava um ano à espera de jogar e nunca lhe tinha perguntado por que não jogava», disse, entre risos, lembrando a forma pouco preparada como aterrou em Portugal para todo um novo mundo.

«Na Colômbia, não nos preparavam para estas coisas. Tive uma proposta da Bulgária, outra de outro clube português, o SC Braga, mas pensei no Benfica porque me dava estabilidade na Europa, um contrato de cinco anos… Contrataram-me depois de verem um jogo na Copa América entre a Colômbia e os Estados Unidos. Faltou-me alguém que me preparasse e me guiasse, aquilo que hoje em dia os empresários fazem. Fui muito verde para Portugal, foi um salto muito grande», lembrou.

Na mesma entrevista, o médio contou um episódio inusitado em que levou um ‘puxão de orelhas’ de Luisão, então capitão de equipa. Tudo por causa da forma como Celis… apareceu vestido para o treino.

«Cheguei ao balneário de calções e uns chinelos de praia e, ao cumprimentar os meus colegas de equipa, percebi, pelo que diziam em inglês e português, que estavam a comentar o facto de eu estar de chinelos. O capitão de equipa, o brasileiro, chamou-me à parte depois do treino, de forma discreta, e disse ‘amigo, isto é o Benfica. Já não estás na Colômbia, estás em Portugal a representar o maior clube deste país. Tens de vestir-te, agir e viver como jogador do Benfica», acrescentou Celis.