No final, não foram feitos anúncios, com a promessa de que os detalhes seriam tornados públicos na próxima semana, mais tardar dez dias, mas as declarações de Donald Trump deram a entender pelo que poderá passar este plano. Volodymyr Zelensky foi explícito que, da parte da Kiev, as garantias de segurança devem passar por “um Exército forte e poderoso“, em todas as suas vertentes, e pelo apoio internacional.
Da parte de Washington, a disponibilidade para fazer parte das garantias parece passar mais pela segunda condição. “Todos vão estar envolvidos, no que toca a segurança, vai haver muita ajuda. [Os europeus] são a primeira linha de defesa, mas nós vamos ajudar”, declarou o Presidente norte-americano na Sala Oval. Questionado sobre se essa ajuda incluiria o envio de tropas para o terreno, Trump não se comprometeu. Posteriormente as palavras escolhidas sobre o tema pareceram confirmar que essa é uma hipótese improvável. “Durante a reunião discutimos garantias de segurança para a Ucrânia, que garantias são asseguradas pelos vários países europeus, com a coordenação dos Estados Unidos da América”, escreveu na Truth Social.
A chegada ao terreno de soldados norte-americano pode não passar necessariamente por uma “força de manutenção da paz”, mas por outros conceitos, menos comuns, destaca o New York Times. Um é o de uma força internacional de dissuasão na fronteira, baseada na crença de que os soldados russos hesitariam em matar soldados não-ucranianos. A outra opção, e mais segura, é a de “força de observação” que funcionaria, basicamente, como alerta para uma possível nova ofensiva russa.
Mas excluindo esta possibilidade mais improvável, ainda sobram aos Estados Unidos muitas formas de contribuir para a segurança da Ucrânia, nota a BBC. Por exemplo, através de forças aéreas e marítimas, principalmente de vigilância, mas prontas para entrar em ação, da recolha e partilha de informações dos serviços secretos — uma tarefa que já acontece, mas que pode ser articulada de forma mais aprofundada com os europeus no terreno — ou, simplesmente, de apoio logístico à Coligação dos Disponíveis.