Portugal é o país da União Europeia que mais reforçou o investimento em Investigação e Inovação (I&I) através de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), segundo um comunicado divulgado esta quarta-feira pelo Ministério da Economia e da Coesão Territorial, que cita um estudo da Comissão Europeia.

No total, o envelope nacional reserva cerca de 3,7 mil milhões de euros para Investigação e Desenvolvimento (I&D), uma das maiores proporções entre os Estados-membros. E de acordo com Bruxelas, entre 2021 e 2023, o país aplicou mais de 160% da dotação prevista, sobretudo no reforço da inovação nas políticas públicas.

D.R.

Até ao momento estão contratadas 50 agendas mobilizadoras e alianças verdes, que envolvem mais de 1200 entidades e um investimento global de 7,8 mil milhões de euros, dos quais 2,8 mil milhões subsidiados por fundos comunitários. A Agência Nacional de Inovação (ANI) tem também reforçado a ligação entre universidades e empresas, com 8800 empresas apoiadas e 3600 investigadores integrados em centros de inovação.

O estudo europeu destaca ainda a articulação entre o PRR, o programa Portugal 2030 e o Horizonte Europa, que até março deste ano assegurou 995,6 milhões de euros de financiamento, apoiando 1712 bolsas e 2802 organizações nacionais.

“O essencial do nosso trabalho é criar condições para que a inovação seja o eixo principal do processo de desenvolvimento e de crescimento sustentável que estamos a promover”, afirma o ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, citado no comunicado, acrescentando que o reconhecimento europeu “é um incentivo a prosseguir este caminho”.

Já o presidente do IAPMEI, José Pulido Valente, realça o impacto positivo do PRR no reforço da colaboração entre empresas e centros científicos, defendendo “uma execução com qualidade e resultados verificáveis” e a preparação da fase pós-2026.

A Comissão Europeia, por seu turno, recomenda o o reforço dos mecanismos de avaliação de impacto e sustentabilidade dos projetos, para reduzir a dependência dos fundos do PRR, além de fortalecer as ligações entre ciência e empresas e a formação de competências qualificadas no período pós-PRR.