O suspense mantém-se até ao fim. Depois de uma aparente aproximação da AD ao PS na quinta-feira, o caminho final para alterar a Lei da Nacionalidade foi trilhado com o Chega — com alterações a darem entrada durante a reunião da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. Se essas mexidas — que incluem a possibilidade de perda de nacionalidade como sanção acessória decretada por um juiz — são o suficiente para que a nova legislação veja a luz do dia, ainda é uma incógnita: o PS está contra, o Chega ainda vai analisar tudo o que resultou desta discussão na especialidade.

“O PS fez o que lhe era exigido e contribuiu de forma positiva para este processo. Qualquer observador atento verificará que fomos tentando fazer um caminho entre soluções que nos pareciam excessivas”, notou o socialista Pedro Delgado Alves no início da reunião, já depois de o social-democrata António Rodrigues ter deixado patente que houve “quem se entrincheirasse” durante este processo.

Dizendo que é “exigível mais ao Parlamento”, o deputado socialista sinaliza que há problemas graves que não foram ultrapassados, desde logo a ausência de um regime transitório, mas também a forma como são contados os prazos de residência. Delgado Alves nota que há não só uma questão de justiça e proporcionalidade, mas também “reputacionalmente para o Estado Português”. No caso da perda de nacionalidade, essa foi toda uma outra questão que motivou um debate mais aceso.