As forças armadas russas lançaram um ataque “em larga escala” contra Kiev na noite desta quinta-feira, com recurso a mísseis e drones, avançou o autarca da capital ucraniana, Vitali Klitschko, através do Telegram. Foram relatadas várias explosões na cidade.

Klitschko adiantou que foram activados os sistemas de defesa aérea ucranianos e que os destroços dos mísseis russos atingiram três prédios no bairro de Dnipro, na margem do rio homónimo.

Deflagraram também incêndios em vários prédios residenciais no bairro de Podil, na outra margem do Dnipro; bem como nos bairros de Solomyansky, Svyatoshyn e Desnyansky, informou Timur Tkachenko, chefe da administração militar de Kiev. Noutro bairro da capital, Holosiiv, a queda de destroços provocou um incêndio numa unidade de saúde.

A autarquia de Kiev contabilizava, até às 02h45 locais (00h45 em Portugal continental), nove pessoas feridas. Quatro foram transferidas para unidades hospitalares e uma encontrava-se em estado crítico.

O governo local mobilizou equipas de emergência para várias zonas de Kiev, que está também a ser afectada por falhas no fornecimento de energia eléctrica. As autoridades ucranianas admitem também a possibilidade de interrupções no abastecimento de água à cidade.

Perto das 00h30 locais, a Força Aérea da Ucrânia lançou um alerta para todo o país devido à ameaça de bombardeamentos, apelando à população para que se mantenha em abrigos subterrâneos.

Só nas últimas horas terão sido monitorizados até 120 drones russos que avançavam na direcção de Kiev, segundo o jornal ucraniano Kyiv Independent.

Na semana passada, a 8 de Novembro, a Rússia já tinha lançado uma série de ataques aéreos dirigidos às infra-estruturas energéticas do país vizinho, deixando milhares de pessoas sem electricidade durante horas, numa altura em que as temperaturas já descem até aos 2 graus Celsius negativos. Foram atingidas todas as centrais termoeléctricas da Ucrânia, no “maior ataque” deste tipo desde o início da invasão, segundo a empresa de energia ucraniana Centrenergo.