Ainda no dia 7 de Outubro de 2023, depois do ataque sem precedentes do Hamas, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que iria “transformar em escombros” todos os locais em que o Hamas operava.
Nos dias, semanas, e meses seguintes, ataque após ataque, foram sendo destruídas casas, hospitais, escolas, universidades, mesquitas, instituições culturais, incluindo jornalísticas, parques, campos agrícolas, estações de tratamento de água, até cemitérios.
82% da Faixa de Gaza sob controle militar ou ordens de deslocação
Fonte: com base nos dados apresentados num relatório da ONU, de 10 de Setembro de 2025
Uma destruição que Omer Bartov, professor de Holocausto e Estudos de Genocídio na Universidade de Brown (EUA), diz que “reflecte uma política com o objectivo de tornar altamente improvável o resurgir da vida palestiniana no território”.
Israel diz que está a atingir alvos do Hamas e combatentes deste e de outros grupos. Mas segundo dados recentes a que o diário The Guardian teve acesso, o próprio Exército estimava que tinham morto 8900 combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica, numa altura em que o número total de mortos era de 53 mil — ou seja,
83% dos mortos seriam civis.
Palestinianos vítimas em Gaza
Fonte: Dados do ministério da Saúde da Faixa de Gaza, referidos no relatório da OMS de 10 de Setembro de 2025
Os ataques deixaram 167.376 pessoas feridas, e destas, quase 42 mil pessoas sofreram ferimentos descritos como “alterando a sua vida”, entre os quais 5000 amputações, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentados a 2 de Outubro de 2025. Há ainda mais de 22 mil pessoas com ferimentos graves nos braços e pernas, na espinal medula (mais de 2000) e queimaduras graves (mais de 3300).
A OMS destaca ainda a prevalência de ferimentos complexos na face e olhos que muitas vezes deixam as pessoas desfiguradas, incapacitadas e sujeitas a estigma social.