Perante perdas milionárias e crescente concorrência, a Renault poderá vir a eliminar milhares de postos de trabalho.

Apesar de contar com um dos alinhamentos mais completos de sempre, a Renault não está imune aos desafios que diversos construtores automóveis enfrentam e pondera avançar para uma redução de milhares de postos de trabalho.

De acordo com o jornal francês L’Informe, o fabricante gaulês poderá eliminar 3 mil postos de trabalho em funções de apoio, através de um programa de rescisões voluntárias: no final de 2024, a Renault contava com 98 636 trabalhadores a nível global.

A medida integra o plano de redução de custos da marca, apelidado de Arrow, onde consta a redução de 15% da força de trabalho em áreas como recursos humanos, finanças e marketing. Os cortes afetarão não apenas a sede em França, mas também unidades e escritórios do construtor espalhados pelo mundo.

Renault Clio E-Tech paga mais ISV© Renault A sexta geração do Renault Clio foi recentemente apresentada no IAA 2025.

Até ao momento, não foram tomadas decisões definitivas, mas o L’Informe aponta que uma decisão final deverá ser anunciada até ao final do ano.

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“Dadas as incertezas no mercado automóvel e o ambiente extremamente competitivo, confirmamos que estamos a considerar maneiras de simplificar as nossas operações, acelerar a execução e otimizar os nossos custos fixos”, afirmou um porta-voz da marca na semana passada, citado pelo referido jornal francês.

Resultados financeiros em queda

Em julho de 2025, a Renault reportou um prejuízo líquido de 11,2 mil milhões de euros no primeiro semestre, sendo que desse montante, uma parte significativa (cerca de 9,3 mil milhões de euros) correspondeu a uma desvalorização da sua participação na Nissan.

Se excluirmos este efeito, o lucro líquido da Renault caiu para os 461 milhões de euros, menos de um terço do valor registado no mesmo período do ano anterior.

O declínio é explicado por custos elevados relacionados com a produção de veículos elétricos, além da pressão comercial num mercado cada vez mais competitivo, particularmente pela concorrência de fabricantes chineses e pelo impacto de tarifas nos EUA.

Escusado será dizer que o novo diretor-executivo da marca francesa, François Provost, nomeado em julho de 2025 (depois da saída de Luca de Meo), enfrenta desafios significativos: restaurar margens, recuperar a classificação de crédito da Renault e preparar a empresa para enfrentar a concorrência global, num contexto de transformação profunda de toda a indústria automóvel.

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