Num comunicado publicado na sua página oficial, o organismo indicou ter questionado a empresa sobre potenciais “riscos de rastreio” e “controlo remoto” associados aos chips H20, solicitando-lhe “explicações e provas pertinentes” a respeito.

A autoridade chinesa afirmou que “recentemente foram divulgados graves problemas de segurança com os chips informáticos da Nvidia” e lembrou que “legisladores norte-americanos exigiram que os chips exportados pelos EUA estejam equipados com funções de rastreio e localização”.

Segundo a nota, “especialistas norte-americanos em IA asseguraram que os chips informáticos da Nvidia possuem tecnologias avançadas de rastreio, localização e desligamento remoto”.

Há duas semanas, a China saudou a decisão dos Estados Unidos de conceder licenças à Nvidia para voltar a exportar estes chips para o país asiático, após conversações realizadas em junho, em Londres.

O H20 é uma versão adaptada pela Nvidia para o mercado chinês, criada após as restrições impostas por Washington aos chips avançados usados em IA, setor considerado estratégico por ambas as potências.

O jornal britânico “Financial Times” (FT) noticiou a existência de “um mercado negro florescente de chips norte-americanos” na China, com especial procura pelo modelo B200 da Nvidia, utilizado por empresas como OpenAI, Google e Meta para treinar modelos de IA e cuja venda está proibida no país.

De acordo com a investigação do FT, vários distribuidores chineses começaram a vender chips B200 a fornecedores de centros de dados desde maio, após a administração de Donald Trump ter restringido as vendas dos H20, modelo menos potente criado para o mercado chinês.

A Nvidia afirmou não ter conhecimento de vendas não autorizadas dos seus produtos na China e sublinhou que os centros de dados “necessitam de serviço e apoio técnico”, razão pela qual estas operações são “uma aposta perdedora tanto técnica como economicamente”, dado que a empresa só presta assistência a clientes com produtos autorizados.