As Américas estão sob risco iminente de perder o status de área livre do sarampo. O aumento de casos em países como Canadá, Estados Unidos e México, associado à queda nas taxas de vacinação e à disseminação de desinformação são as grandes causas do cenário.

Em entrevista à agência internacional de notícias Reuters, o chefe da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, afirmou que as três nações estão prestes a perder a certificação de livres do sarampo.

Isso porque o status só é concedido a países que, após um surto, conseguiram ficar 12 meses sem novos casos. Segundo Barbosa, os prazos para Canadá, Estados Unidos e México terminam, respectivamente, em outubro, janeiro e fevereiro.

A perda da condição de território livre do sarampo também vai dificultar o cumprimento da meta global de erradicação da doença até 2030. A principal causa para o ressurgimento da doença é a cobertura vacinal abaixo dos 95% recomendados pela Opas, o que facilita a circulação do vírus, altamente contagioso.

Segundo a organização, as três nações norte-americanas têm 96% dos casos confirmados em todo o continente. A maioria dos surtos foi registrada em comunidades com baixa cobertura vacinal e alta resistência à imunização, por conta do negacionismo.

Mais de 71% das pessoas que tiveram sarampo nesses países não estavam vacinadas e 18% tinham estado vacinal desconhecido. Outros países como Bolívia, Brasil, Argentina, Belize, Paraguai, Peru e Costa Rica também reportaram casos, embora em números mais reduzidos.

Até 12 de setembro de 2025, foram confirmadas 11,3 pessoas infectadas e 23 mortes em 10 países do continente. Isso representa um aumento de 31 vezes em relação aos 358 casos do ano passado.

O sarampo é uma doença viral e altamente transmissível. Entre os sintomas estão febre, tosse, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas na pele. A transmissão ocorre pelas vias respiratórias, e a vacinação é a forma mais eficaz de prevenção.