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A tragédia aconteceu em Inglaterra em setembro de 2023. A mulher foi condenada esta semana a quatro anos de prisão.

Mãe afoga filha de dois anos durante surto relacionado com depressão pós-parto

Reprodução Redes Sociais

Uma mulher britânica matou a filha de dois anos ao afogá-la numa lagoa, durante um surto psicótico provocado por uma grave depressão pós-parto. O caso, ocorrido em setembro de 2023 na aldeia de Kingsley, em Hampshire, deixou em choque a comunidade local.

A mulher, Alice Mackey, de 42 anos, foi esta semana condenada a quatro anos de prisão por homicídio, com a pena atenuada depois de o tribunal reconhecer que sofria de uma perturbação mental severa no momento dos factos, segundo notícia da Sky News.

De acordo com a investigação apresentada no Tribunal de Winchester, Alice Mackey levou a filha, Annabel, até uma lagoa a cerca de 300 metros de casa e manteve-a submersa “até deixar de lutar”. Depois, regressou a casa e contactou os serviços de emergência, afirmando inicialmente que a criança tinha desaparecido.

A menina foi encontrada inconsciente e transportada para o hospital, mas não resistiu. Morreu no dia seguinte, quando foi desligado o suporte de vida.

Mãe acreditava estar a proteger a filha

Os peritos psiquiátricos confirmaram que Mackey vivia um estado psicótico causado pela depressão pós-parto e pela interrupção do tratamento com antidepressivos e antipsicóticos, meses antes da tragédia. A mãe acreditava estar a proteger a filha de um sofrimento que não era real, um pensamento comum em mães com doenças mentais graves.

Segundo o tribunal, Alice Mackey tinha sido diagnosticada com depressão pós-parto logo após o nascimento da filha e esteve internada num hospital psiquiátrico em 2022. Após a alta, recebeu acompanhamento, mas deixou de tomar a medicação no início de 2023.

“Era uma criança cheia de alegria

A defesa sublinhou que Mackey “sempre amou profundamente a filha” e que o ato foi cometido “num momento de completa perda de contacto com a realidade”. O juiz, Mr Justice Saini, reconheceu que o caso “é de uma tristeza incomensurável” e que “não há vencedores quando a doença mental destrói uma família desta forma”.

O pai de Annabel, Peter Mackey, descreveu a morte da filha como “devastadora”.

“Era uma criança cheia de alegria e curiosidade. Nada poderá apagar o amor que sentimos por ela”, disse numa declaração lida em tribunal.

A pequena Annabel, que teria completado três anos no mês seguinte, é lembrada pela família como “um raio de sol que trouxe amor e luz a todos os que a conheceram”.

Alice Mackey está agora a cumprir a pena num hospital prisional, onde recebe tratamento psiquiátrico intensivo.