O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou o decreto que oficializa a imposição de tarifas de 50% aos produtos brasileiros, naquela que representa mais uma escalada da Casa Branca contra o Governo de Lula da Silva.

“Hoje, o Presidente Donald J. Trump assinou uma Ordem Executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o total da tarifa para 50%, para lidar com políticas, práticas e ações recentes do Governo do Brasil que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”, lê-se no documento.

Uma das justificações é a acusação de golpe de Estado a Jair Bolsonaro, aliado político de Donald Trump. “A perseguição política, intimidação, assédio, censura e processos judiciais contra o ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares dos seus apoiantes constituem graves abusos de direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”, indicou.

Entretanto, ficam isentos da medida 694 produtos listados no documento assinado por Donald Trump. O Brasil exporta para os EUA cerca de 4 mil itens.

A maioria das exceções são artigos do setor da aviação civil, mas há também combustíveis como carvão, gás natural, petróleo e derivados, além de madeiras, papel e celulose e ainda produtos alimentares como a castanha do Brasil ou o sumo de laranja.

De acordo com a Folha de S. Paulo, a Embraer registou uma alta de 10% e o dólar chegou a recuar depois do anúncio do Presidente norte-americano.

Ainda antes da assinatura do decreto, em entrevista ao New York Times, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, afirmou que os povos dos EUA e do Brasil “não merecem ser vítimas de política”, garantindo que Jair Bolsonaro está a ser “julgado com o direito completo à defesa”.

“O povo brasileiro pagará mais por alguns produtos, e o povo norte-americano pagará mais por outros produtos. E acho que a causa não merece isso”, referiu Lula, que recusou ter “medo” do efeito das tarifas dos Estados Unidos. “Estou preocupado, obviamente, porque temos interesses económicos, interesses políticos, interesses tecnológicos. Mas em nenhum momento o Brasil negociará como se fosse um país pequeno contra um país grande. O Brasil negociará como um país soberano”, sublinhou.

Lula pediu ainda a Trump que defina qual é o conflito que quer: político ou comercial, recusando ainda fazer uma troca de que implique concessões nas relações diplomáticas com outros países. “Sinceramente, não sei o que Trump ouviu sobre mim. Mas se ele me conhecesse, saberia que sou 20 vezes melhor”, concluiu, referindo-se a Jair Bolsonaro.

[Horas depois do crime, a polícia vai encontrar o assassino de Issam Sartawi, o dirigente palestiniano morto no átrio de um hotel de Albufeira. Mas, também vai descobrir que ele não é quem diz ser. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o segundo episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E ouça o primeiro aqui]