Os quatro activistas portugueses que foram detidos em Israel na semana passada vão ter de reembolsar os custos de regresso ao Estado. A informação foi avançada esta terça-feira, pela SIC Notícias, segundo fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). Mariana Mortágua reagiu e diz ter comprovado “que há ministros sem espinha”.

A viagem de regresso da coordenadora do Bloco de Esquerda, da actriz Sofia Aparício e dos activistas Miguel Duarte e Diogo Chaves foi paga pelo Estado português por motivos logísticos e de ordem prática, como a impossibilidade de estabelecer contacto com estes cidadãos nacionais.

O ministério, liderado por Paulo Rangel, explicou em nota enviada à CNN após pedido de esclarecimento, que foi, esta terça-feira, “enviado pelos serviços consulares o ofício com o valor integral do custo da viagem, um encargo da responsabilidade dos cidadãos que integraram a flotilha”, não adiantando, contudo, o valor em concreto.

“A acompanhar o ofício seguiu também o Formulário de Pedido de Reembolso do custo da viagem que cabe a cada um, nos termos do regulamento consular”, acrescenta a mesma nota.

Mariana Mortágua reagiu ao pedido de reembolso através de uma publicação no X. “O destino era Gaza. Não era Israel, para onde fomos levados ilegalmente. O governo decidiu imputar o custo a quem levava ajuda humanitária contra o genocídio. Um governo decente mandaria a factura ao genocida”, começou. A líder bloquista confirmou que pagará o bilhete e, com este, “a prova de que há ministros sem espinha”.

Os activistas ficaram detidos, em Israel, desde a noite de quarta para quinta-feira passada (dia 1 e 2 de Outubro), depois de as forças israelitas interceptarem as cerca de 50 embarcações da Flotilha Global Sumud, que objectivava entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Os quatro portugueses que fizeram parte da flotilha aterraram este domingo, por volta das 22h30, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.