O movimento palestiniano Hamas entregou uma lista de presos palestinianos a libertar por Israel no âmbito de um potencial acordo para terminar a guerra em Gaza enquanto chegavam a Sharm el-Sheikh Steve Witkoff, enviado dos EUA para o Médio Oriente, Jared Kushner, antigo conselheiro (e ainda genro) do Presidente Donald Trump, o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al Thani, e o negociador israelita Ron Dermer.

Responsáveis em Israel tinham dito no início da semana que Dermer viajaria para o Egipto quando houvesse progressos.

O Hamas disse que entregou uma lista de prisioneiros a libertar por Israel, incluindo Marwan Barghouti, preso há mais de 20 anos, condenado a cinco penas de prisão perpétua acusado de orquestrar ataques durante a segunda Intifada. Continua a ser a figura mais popular entre os palestinianos – sondagens mostram-no sempre a vencer potenciais eleições, que não são realizadas desde 2005, à frente do actual presidente da Autoridade Palestiniana Mahmoud Abbas e de líderes do Hamas.

Barghouti, agora com 66 anos, está em solitária desde os ataques de 7 de Outubro de 2023 levados a cabo pelo Hamas contra Israel, e a sua família não o vê há três anos. Em Agosto, o ministro da Segurança Interna Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, foi à sua cela provocá-lo, divulgando a gravação nas redes sociais (há mais de uma década que não havia imagens de Barghouti, que aparece irreconhecível).

Ben-Gvir, que prometeu derrubar o Governo se houvesse um acordo para o fim da guerra em Gaza, foi esta quarta-feira ao Pátio das Mesquitas em Jerusalém rezar, em mais uma provocação aos palestinianos, e pedir a “vitória total” em Gaza, numa provocação a Benjamin Netanyahu.

No local não é permitido que não muçulmanos rezem, e a mesquita Al-Aqsa tem uma enorme importância para os muçulmanos, não só palestinianos como de todo o mundo. O Hamas chamou ao ataque de 7 de Outubro Operação Tempestade de Al-Aqsa.

Na lista do Hamas não há apenas prisioneiros, há ainda o corpo do líder do Hamas Yahya Sinwar, morto por Israel em Gaza, e do seu irmão, que o substituiu e foi depois também morto. E há ainda vários palestinianos cidadãos de Israel condenados a penas de prisão perpétua, o que tem sido um ponto contencioso, já que Israel não quer libertar os seus cidadãos, segundo fontes palestinianas.