De resto, o tema da mobilidade acabou por dominar a campanha e os debates entre os candidatos ao Porto, com dois dossiês quentes à cabeça: a VCI, e a possibilidade de introduzir portagens na via que rasga o Porto (ou, em alternativa, limitar o trânsito de pesados, retirando as portagens da CREP); e o metrobus, o famigerado sistema de transportes para a Avenida da Boavista que tanta tinta fez correr e que, 80 milhões de euros de investimento depois, ainda não está operacional, tendo-se transformado numa guerra política entre a Metro do Porto e a autarquia. O zoom aos portuenses permite-nos ainda perceber que são bairristas, portistas, prezam a presença dos imigrantes e não trocavam a sua terra por nenhuma outra.

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Mas não é apenas a mobilidade que tira o sono a quem vive no Porto. Para uma larga maioria dos inquiridos (72%), a seriedade e transparência democrática na gestão camarária também devem ser uma prioridade para o sucessor de Rui Moreira.

Aliás, neste particular constata-se que quase metade do eleitorado do concelho (48%) elege a corrupção como um tema sério, ao passo que apenas 28% acreditam que não deve ser um motivo de preocupação.

Porém, olhando para o que foi a agenda política da campanha, verifica-se que as prioridades programáticas dos candidatos nem sempre estiveram alinhadas com a escala de prioridades dos portuenses. Assim, logo depois da mobilidade e da transparência municipal, surge como preocupação o “apoio a idosos e pessoas vulneráveis” (70%). A segurança pública (65%) e a habitação (62%), temas muito presentes durante a campanha, surgem logo atrás. E, ainda que a turistificação da cidade seja um tópico clássico, a verdade é que apenas 18% dos inquiridos consideram essa uma área prioritária para o próximo presidente da Câmara.

A sondagem da Pitagórica, recorde-se, concluiu por um empate técnico entre o candidato do PSD/CDS/IL, Pedro Duarte, e o do PS, Manuel Pizarro, estando o primeiro em vantagem sobre o segundo apenas por duas décimas. Valor que se dilui facilmente, dados os 4% de margem de erro.

Ficha Técnica

Sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF, JN, Nascer do Sol e ECO com o objetivo de avaliar a opinião dos eleitores recenseados no concelho do Porto sobre temas relacionados com as eleições autárquicas 2025. O trabalho de campo decorreu entre os dias 29 de setembro e 4 de outubro de 2025.

A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores recenseados no concelho do Porto e foi devidamente estratificada por género, idade e freguesia. Foram realizadas 1229 tentativas de contacto, para alcançarmos 625 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 50,85%. As 625 entrevistas telefónicas recolhidas correspondem a uma margem de erro máxima de +/-4,00% para um nível de confiança de 95,5%.

A distribuição de indecisos é feita de forma proporcional.

A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC-Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.