Khalil Al-Hayya, principal negociador do Hamas, aceitou um “acordo histórico” para Gaza, diz o Haaretz, diário israelita. Minutos depois, Donald Trump recorreu à rede social Truth Social e confirmou que o Hamas e Israel assinaram primeira fase do acordo de paz. O exército israelita sairá de Gaza e alguns reféns serão libertados pelo Hamas.

“Tenho muito orgulho em anunciar que Israel e o Hamas assinaram a primeira fase do nosso Acordo de Paz. Isso significa que TODOS os reféns serão libertados muito em breve e Israel retirará as suas tropas para uma zona acordada, como primeiros passos para uma paz forte, duradoura e eterna”, começa o Presidente dos Estados Unidos na publicação na sua rede social. “Todas as partes serão tratadas com justiça”, garantiu.

“Este é um GRANDE dia para o mundo árabe e muçulmano, Israel, todas as nações vizinhas e os Estados Unidos da América e agradecemos aos mediadores do Qatar, Egipto e Turquia, que trabalharam connosco para tornar possível este evento histórico e sem precedentes”, continuou. “Abençoados sejam os promotores da paz!”


Também o Haaretz, que contactou fontes presentes na negociação, referiu que era expectável que as Forças de Defesa de Israel (IDF) retirassem todos os seus militares de Gaza.

Num vídeo publicado por Donald Trump, podemos ver familiares de reféns a agradecer ao Presidente dos EUA o tão desejado reencontro, que estará marcado para sábado, 11 de Outubro. A AFP, que cita uma fonte palestiniana presente nas negociações, indica que, numa primeira fase, serão libertados 20 reféns vivos.

Benjamin Netanyahu recorreu ao X para assinalar o “grande dia para Israel”. O Presidente israelita confirmou que esta quinta-feira reunirá “o Governo para aprovar o acordo e trazer todos os nossos queridos reféns para casa”.

“Agradeço aos soldados heróicos das IDF e a todas as forças de segurança. Graças à vossa coragem e sacrifício chegámos a este dia”, continuou Netanyahu que, “do fundo do coração” agradeceu ao Presidente Trump e à sua equipa pelo feito. “Com a ajuda do Todo-Poderoso, juntos continuaremos a alcançar os nossos objectivos e expandir a paz com os nossos vizinho”, concluiu.

Numa nota citada pela agência Lusa, o Hamas também confirma que foi alcançado “um acordo para pôr fim à guerra em Gaza” que, sublinham, permitirá a entrada de ajuda humanitária e a troca de prisioneiros. O grupo agradece “profundamente os esforços dos nossos irmãos mediadores no Qatar, Egipto e Turquia”, bem como do Presidente dos EUA, “que visam pôr fim à guerra de forma permanente e garantir a retirada total da ocupação da Faixa de Gaza”.

O Acordo de Paz na sua totalidade deverá ser assinado esta quinta-feira, dia 9 de Outubro, no Egipto.

Pouco tempo antes de publicar a notícia na sua rede social, Donald Trump já tinha confirmado que um fim para a guerra estaria “muito próximo”. Num evento na Casa Branca, Marco Rubio, secretário do Estado dos EUA, aproximou-se do Presidente, sussurrou-lhe junto ao ouvido e escreveu uma nota num papel. Segundo a AFP, na nota lia-se: “Precisamos que aprove um anúncio no Truth Social rapidamente para que possa ser o primeiro a anunciar o acordo”.

As negociações no Cairo começaram a 6 de Outubro, a véspera do dia em que se assinalaram dois anos do ataque do Hamas contra Israel, que matou cerca de 1200 pessoas e fez cerca de 250 reféns. Desde então, Israel retaliou, principalmente contra o enclave, onde já matou mais de 67 mil pessoas e deslocou milhares.

A notícia do acordo de paz surge na véspera do anúncio do Prémio Nobel da Paz, dia 10 de Outubro. Donald Trump tem deixado clara a sua vontade de receber o galardão, tendo afirmado no seu discurso na Assembleia da ONU que “já acabou com sete guerras“.