Os navios e passageiros da flotilha estão em segurança, foram transferidos para um porto israelita e devem ser deportados imediatamente, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, em comunicado na rede social X.





Mais uma tentativa inútil de violar o bloqueio naval legal e entrar numa zona de combate não resultou em nada“, acrescentou o Ministério.

A Marinha de guerra israelita intercetou inicialmente três dos veleiros da flotilha a 120 milhas náuticas (220 quilómetros) de Gaza e concluiu, depois, a operação com a interceção das restantes embarcações que compõem a segunda flotilha, que partiu de Itália no final de setembro.

O incidente foi o segundo acontecimento do género nos últimos dias, depois de Israel ter intercetado cerca de 40 embarcações e detido mais de 450 ativistas, entre os quais quatro portugueses, da Flotilha Global Sumud, que também tentava entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.


A Coligação da Flotilha da Liberdade (FFC) é uma rede internacional de
grupos ativistas pró-palestinianos que organizam missões marítimas civis
com o objetivo de romper o bloqueio israelita à Faixa de Gaza para
entregar ajuda humanitária aos palestinianos no enclave.

Coligação da Flotilha da Liberdade revelou na rede social X que “três barcos — o Gaza Sunbirds, o Alaa Al-Najjar e o Anas Al-Sharif — foram intercetados a 220 quilómetros da costa de Gaza” na manhã de quarta-feira.



A flotilha indicou que, às 3h38 (horário de Lisboa), oito navios militares israelitas cercaram os navios em águas internacionais e que pelo menos dois foram intercetados, sendo que, por volta das 4h00, também o veleiro Milad foi atacado e intercetado.
Um navio, o Conscience, que transportava mais de 90
pessoas, incluindo jornalistas e médicos, foi também atacado por um
helicóptero do exército israelita, enquanto a tripulação da embarcação
Milad, foi “intercetada”.

A Coligação da Flotilha da Liberdade acrescentou que as forças israelitas “sequestraram a frota humanitária”, adiantando que os “navios foram intercetados ilegalmente… Os participantes — humanitários, médicos e jornalistas de todo o mundo — foram levados contra a sua vontade e estão a ser mantidos em condições desconhecidas”.

O exército israelita não tem jurisdição legal sobre as águas internacionais“, sublinhou. “A nossa flotilha não representa nenhum perigo”.

A organização denunciou ainda a perda de mantimentos essenciais transportados pelas embarcações, no valor de mais de 95 mil euros em medicamentos, equipamento respiratório e mantimentos destinados aos hospitais de Gaza.

A flotilha, com uma tripulação de cerca de 140 pessoas, já esperava que os navios fossem intercetados no Mediterrâneo, tal como aconteceu com a Global Flotilla Sumud, que zarpou quase um mês antes da Freedom Flotilla.Dos mais de 450 participantes da anterior flotilha Sumud, seis
permaneciam detidos na terça-feira na prisão israelita de Ketziot.

A missão constitui uma nova tentativa de quebrar o cerco israelita a Gaza e criar um corredor humanitário para o enclave palestiniano.

As autoridades de Gaza afirmam que cerca de 67 mil pessoas foram mortas e o enclave palestiniano foi devastado pelos ataques israelitas desde o ataque de militantes palestinianos, a 7 de outubro de 2023.

Israel diz que 1.200 pessoas foram mortas e 251 levadas para Gaza como reféns no ataque do Hamas.


Além da campanha militar, Israel bloqueou o acesso a alimentos à população civil vítima da guerra.


c/ agências