O rei Carlos III foi considerado “um pouco excêntrico” por ter manifestado preocupação com os problemas ambientais, há algumas décadas. Agora, está a ser preparado um novo documentário que tem por objectivo mostrar que as ideias outrora vistas como excêntricas se disseminaram e como o então príncipe de Gales ajudou a levá-las a novas audiências.
O monarca de 76 anos falou pela primeira vez dos perigos dos “recipientes de plástico indestrutíveis” e da poluição causada por “carros e aviões intermináveis” no início da década de 1970, muito antes de a protecção do planeta se ter tornado um tema da agenda mundial.
“Poucas pessoas em todo o mundo conhecem em profundidade a batalha de toda a vida do rei para harmonizar a natureza e a humanidade”, declarou o realizador do filme, Nicolas Brown, em comunicado.
Finding Harmony: A King’s Vision (Encontrar a Harmonia: a visão de um rei, em tradução livre) irá explorar a história da crença de Carlos de que a natureza está no centro do bem-estar humano e realçar a necessidade urgente de a proteger. O filme deverá ser lançado no início do próximo ano, afigurando-se também como um contrapeso ao cepticismo sobre as questões ambientais manifestado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.
O filme apresentará ainda os projectos de Carlos na sua residência de Highgrove e na Dumfries House — parte da sua instituição de solidariedade, a The King’s Foundation — bem como na Índia e na Guiana.
“A natureza é o nosso sustentáculo — nós somos uma parte da natureza. Por conseguinte, o que lhe fazemos, fazemo-lo a nós próprios”, defende Carlos numa declaração emitida pela King’ Foundation.
As campanhas ambientais do monarca inspiraram os seus dois filhos. O herdeiro do trono, o príncipe William, criou a instituição Earthshot, que oferece prémios de vários milhões de libras para ajudar a financiar tecnologias ambientais; enquanto o filho mais novo, o príncipe Harry, defende causas relacionadas com a conservação e a vida selvagem.
O filme estará disponível na Prime Video da Amazon, marcando a mais recente iniciativa da família real britânica para abraçar as plataformas de streaming. No início de Outubro, William participou num programa da Apple TV, enquanto Harry, que já não é membro sénior da realeza, tem mesmo um contrato multimilionário com a Netflix.