Harry Lawtey personifica o jovem Richard Burton (então ainda Jenkins) e Toby Jones é Philip Burton, seu professor e mentor no País de Gales, que depois o perfilharia e daria o seu apelido, nesta fita biográfica em lume brando de Marc Evans. Mas que tem pelo menos o mérito de não puxar para primeiro plano a homossexualidade reprimida do professor, sobre o qual o ator diria mais tarde: “Devo-lhe tudo”. Evans realça a forma como Burton, que teve uma carreira no teatro truncada, projetou no protegido as suas esperanças frustradas, Toby Jones é muito bom no digno e estoico mestre, e Harry Lawtey melhor do que podíamos esperar na pele de Burton, captando-lhe a textura da voz na parte final do filme, embora lhe escape o carisma intenso e viril do ator.
Em 2007, Jorge Cramez realizou O Capacete Dourado, o único filme português com jovens rebeldes e motos. Em Sombras, Cramez aventura-se pelo cinema fantástico, pondo em cena um casal, Marta e Jaime (Victoria Guerra e Pedro Lacerda) que se mudou para o campo, e ao qual um local pede que tome conta da filha pequena, Beatriz, enquanto vai a Lisboa por alguns dias. A presença da criança inquieta Marta, e de noite, aparece uma estranha criatura no exterior da casa, causando ali vários estragos. Apesar do que o título possa sugerir, a fita não tem nem sombra de terror, nem mesmo um pouquinho de inquietação, e passamos mais de hora e meia à espera de coisas que nunca chegam a acontecer. O cinema nacional e o fantástico são mesmo incompatíveis.
Realizado por Joachim Ronning, Tron: Ares é o terceiro filme da série de ficção científica iniciada em 1982 com o título original realizado por Steven Lisberger e interpretado por Jeff Bridges, e que teve uma continuação em 2010, Tron: O Legado, de Joseph Kosinski, bem como uma curta-metragem em 2011 e uma série animada para televisão em 2012. A história desta parte III gira em redor de um programa de computador sofisticadíssimo chamado Ares. que é enviado do mundo digital para o mundo real numa missão perigosa, marcando o primeiro encontro da humanidade com seres gerados por Inteligência Artificial. Jeff Bridges continua a fazer parte do elenco, acompanhado por Jared Leto, Gillian Anderson e Jodie Turner-Smith.
Um casal britânico, Moth e Raynor Winn, perde a sua casa após um investimento ruinoso na empresa de um amigo, e pouco depois, o marido é diagnosticado com uma rara doença degenerativa. Os Winn decidem então ir percorrer a pé a costa sudoeste de Inglaterra, numa longa e dura viagem. Interpretado por Jason Isaacs e Gillian Anderson, The Salt Path — O Caminho do Amor adapta à tela o premiado best-seller escrito em 2018 por Raynor Winn sobre a jornada do casal. Há poucos meses, o jornal Observer publicou uma investigação que põe em causa a veracidade de várias partes do livro e a gravidade da doença de Raynor. The Salt Path — O Caminho do Amor foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.