
Vista frontal da turbina de um avião Boeing 737-800 da RyanAir, estacionado no Aeroporto de Dublin, na Irlanda
A companhia aérea acusa as agências online de cobrar valores excessivos pela bagagem e pela seleção do lugar. A principal culpada é a eDreams, que chegou a cobrar 176% por uma reserva em comparação com o site da Ryanair.
A Ryanair acusou várias das principais agências de viagens online de cobrarem valores excessivos aos viajantes europeus, inflacionando o custo dos voos e extras, como bagagem e reserva de lugares.
A companhia aérea de baixo custo está a apelar a que os governos da UE tomem medidas imediatas para proteger os consumidores daquilo a que chama “práticas prejudiciais”.
Num novo relatório divulgado esta semana, a Ryanair destacou as sobretaxas impostas pelas agências mais populares, incluindo a eDreams, a Tix e a Vola, que estarão a induzir os clientes a pagar significativamente mais do que se tivessem reservado diretamente através do site da companhia aérea.
De acordo com as conclusões da Ryanair, a eDreams foi a “pior infratora”, cobrando 15,67 euros por um lugar reservado que custa apenas 5,67 euros na plataforma da Ryanair — uma sobretaxa de 176%. A agência acrescentou ainda 27,07 euros por uma mala de 10 kg, mais do dobro da taxa padrão da Ryanair, de 12,99 euros.
A Tix cobrava 17,50 euros por lugares e 45,59 euros por uma mala de 20 kg, enquanto a Vola cobrava 25 euros tanto para embarque prioritário como para uma mala de 10 kg, o que representa uma sobretaxa de 47%, nota a Euronews.
“Apesar desta evidência de prejuízo para o consumidor, muitos governos da UE e autoridades de proteção do consumidor, principalmente o inútil Ministro do Consumidor espanhol Bustinduy, não fazem nada para evitar este prejuízo”, disse Dara Brady, Diretora de Marketing e Digital da Ryanair, numa declaração contundente. “Estas cobranças excessivas continuam a prejudicar os consumidores em toda a Espanha e na UE.”
A Ryanair defende que estes preços inflacionados passam muitas vezes despercebidos aos passageiros, que acreditam estar a encontrar as melhores ofertas em sites de terceiros. A empresa apela a uma intervenção regulatória para garantir uma maior transparência e impedir o que descreve como “custos adicionais evitáveis” impostos pelas agências.
Embora as agências anunciem frequentemente tarifas base mais baixas, as pesquisas mostram que, quando os clientes acrescentam bagagem, seleção de assento e outros extras, o custo total excede frequentemente o preço direto da companhia aérea. Um estudo de 2023 da Which? descobriu que reservar através destes sites pode ser até 115 euros mais caro do que reservar diretamente com companhias aéreas como a Ryanair, easyJet e Wizz Air.
Os especialistas em viagens recomendam que os passageiros comparem as tarifas totais, incluindo as taxas de bagagem e de assento, antes de completarem uma compra.