— Formalizou a candidatura à presidência do Benfica junto da secretaria-geral do clube. É mais um passe importante a caminho do dia 25 de outubro?

— A expectativa é que o dia 25 chegue depressa, é isso que todos queremos. Estamos preparadíssimos para esse dia. Falta a parte final da campanha desta candidatura e, portanto, não digo que estamos ansiosos, mas estamos muito crentes e convictos de que vai correr bem.

— O candidato João Noronha Lopes entregou esta quarta-feira o programa eleitoral da candidatura. Que lhe parece?

— Não vi o programa. Portanto, não posso tecer comentários sobre isso. Nós temos de nos preocupar com a nossa candidatura, não com a dos outros. Acho que vamos ter tempo para debater entre todos, o que é importante para os sócios benfiquistas ficarem esclarecidos sobre os programas, as pessoas, a visão e o projeto entre todos os candidatos, para depois escolherem melhor no dia 25.

— João Noronha Lopes também se mostrou disponível para acolher boas ideias de outros candidatos. Já Rui Costa, em entrevista a A BOLA, não mostrou a mesma disponibilidade.

— Creio que Rui Costa não deve ter lido as ideias dos outros. Temos esta candidatura há mais de um ano, lançámos muitas propostas, a todos os níveis, nos nossos cinco pilares principais. Quanto a João Noronha Lopes, é uma estratégia da parte dele. Não vou tecer comentários nem avaliar. João Noronha Lopes já tinha referido publicamente que é conhecido, ou até ganhou um prémio, por ter roubado uma boa ideia a outros, a terceiros. Portanto, desde que seja benéfico para o Benfica, que aproveite bem, já percebi que as nossas têm vindo a ser aproveitadas, e bem, que seja em proveito de todos os benfiquistas.

— Van Gaal surge agora na candidatura de Martim Mayer. Pode ser um trunfo?

— Não, não é um trunfo. Van Gaal não é benfiquista e não conhece o Benfica, quanto mais a história do Benfica, nunca interagiu internamente no Benfica. É mais um agente desportivo, por assim dizer, que presenciou hoje um evento. E não tem qualquer tipo de impacto, na minha opinião, relativamente aos benfiquistas.

— João Diogo Manteigas tem algum trunfo para lançar até às eleições?

— O trunfo é trabalho. Muito trabalho, mais de um ano em candidatura, em campanha. Muitas ideias, muitos projetos, muita experiência também. As pessoas que eu apresentei, a par da minha própria pessoa, fazem com que esta candidatura se diferencie de todas as outras, pela especialização que tem, sobretudo no ecossistema desportivo, e é isso que nós aportamos. Agora, nas próximas semanas, como é óbvio, haverá, diria eu, mais oportunidades para demonstrar mais conhecimento ainda.

— Os três grandes estão em guerra, com trocas de comunicados e queixas. Se for eleito presidente do Benfica, qual será a sua posição?

— Primeiro, não considero que estejam em guerra. Só quem não conhece o futebol, e não trabalha no futebol, é que pensa que isto é uma guerra. Isto não é guerra de nada. Isto até parece uma pequena brincadeira. É normal que se atirem farpas uns aos outros. Cada clube representa um universo de sócios e adeptos diferente entre todos. Quando eu for eleito presidente do Benfica, o que o Benfica pode esperar, benfiquistas e sócios, é a defesa intransigente do Benfica, naquilo que são os interesses do Benfica. Relativamente ao resto, sento-me à mesa com os outros para obviamente chegarmos a um consenso em matérias transversais ao futebol, centralização dos direitos audiovisuais, alteração dos quadros competitivos. Isto tem de ser, obviamente, por acordo com todos os outros. Mas defendendo o Benfica.