Angelina Jolie garante que nem ela, nem os filhos voltaram ao Château Miraval nos anos se seguiram à separação de Brad Pitt. A casa e a vinha, que outrora pertenceu ao casal no Sul de França e onde os dois se casaram em 2014, está no centro da batalha legal entre Pitt e a ex-mulher, que acusa de ter vendido a sua quota na Château Miraval SA sem o informar.

Nos documentos entregues no Tribunal Superior de Los Angeles pela actriz, no início desta semana, Jolie diz que deixou a Pitt o “controlo total das casas da família em Los Angeles e de Miraval”, sem pedidos de compensação. “Esperava que o deixasse mais calmo nas suas relações comigo após um período difícil e traumático”, lamentou, citada pela revista People.

Traumático a ponto de a actriz e os filhos “nunca mais terem posto os pés na propriedade, dada a sua ligação com os acontecimentos dolorosos que levaram ao divórcio”. E explica: “Queria garantir que o Brad continuasse a ser uma parte importante da vida dos nossos filhos e decidi comprar uma propriedade perto da casa dele. Na altura, as minhas poupanças estavam investidas em Miraval e eu não tinha pedido uma pensão de alimentos ou qualquer outro apoio financeiro.”

Foi esse o motivo que a levou a abdicar dos negócios da vinha. Os advogados do actor de 61 anos recusam a explicação de Angelina Jolie e lembram que o processo não tem que ver com o casamento ou com os filhos do ex-casal. “Trata-se de um litígio comercial, totalmente independente do divórcio. É lamentável, mas não surpreendente, que estejam agora a ser apresentadas ‘desculpas’ para a omissão de mensagens de correio electrónico no âmbito da investigação”, reagiram.

Pitt e Jolie separaram-se em 2016, depois de 12 anos de união, mas só finalizaram o divórcio em Dezembro do ano passado. Contudo, o processo sobre o Château Miraval já se estende desde 2022, um ano depois de Angelina Jolie ter vendido a sua quota das vinhas à Tenute del Mondo, a divisão de vinhos do grupo Stoli, propriedade do empresário russo Yuri Shefler​, que comercializa bebidas alcoólicas em 160 países.

Brad Pitt alega que Angelina Jolie não o avisou da venda, ainda que ambos tivessem acordado não fazer qualquer negócio sem combinar previamente com o outro. A vinha foi “um dos primeiros investimentos” a dois que fizeram e a que ambos tinham ligação emocional, reforçou a actriz também nesta semana. “Casámos lá, passei parte da minha gravidez lá e trouxe os nossos filhos gémeos do hospital para casa. Foi difícil ter uma separação tão repentina da minha casa e das minhas recordações, e foi especialmente difícil para as crianças verem as suas vidas tão perturbadas.”

Mais: Jolie garante que o ex-marido se recusou a comprar a sua parte do negócio depois de ela ter negado assinar um acordo de confidencialidade destinado a “silenciá-la sobre os abusos” que ela e os filhos terão sido vítimas por parte do companheiro. No ano passado, o tribunal deu ao actor a possibilidade de recuperar 10% do negócio, passando a ser o sócio maioritário – tinha oferecido uma parte à então mulher por ocasião do casamento.

O ex-casal partilha seis filhos: Maddox, Zahara, Shiloh, Pax, Vivienne e Knox. Em Maio de 2021, um juiz deliberou a guarda conjunta para os cinco filhos menores (Maddox já era maior), mas a actriz apresentou documentos a atestar os abusos e um tribunal de recurso reverteu a decisão. Brad Pitt deu entrada com um pedido de revisão no Supremo Tribunal da Califórnia, mas este rejeitou-o.

Conhecidos como Brangelina, foram um dos casais mais mediáticos de Hollywood, depois se terem aproximado nas gravações do filme Mr. e Mrs. Smith, em 2004, quando fizeram um par romântico. Então, Pitt ainda era casado com a actriz Jennifer Aniston, da série Friends, tendo-se divorciado em 2005.