Agosto é o mês ideal para mergulhar em novas leituras, renovar a estante e descobrir histórias que provocam reflexões, emoções e aprendizados. Nesta seleção especial, destacamos obras que transitam entre ficção, poesia, memória e crítica social — títulos que dialogam com o nosso tempo e oferecem diferentes perspectivas sobre o mundo. Confira abaixo:

As pipas de Portinari, de Fernanda Emediato e Leo Cunha

Organizada por Fernanda Martins de Souza Emediato e Leo Cunha, esta obra literária reúne dez escritores, vindos de diversas partes do Brasil, para comporem versos a partir das criações de Candido Portinari — artista que eternizou as cores e a infância do país.

Com uma linguagem sensível e diferentes estilos poéticos, o livro convida leitores de todas as idades a vivenciar a poesia como espaço de memória, imaginação e ludicidade. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘As Piapas de Portinari’ – Divulgação Quando caem as cinzas, de Carlos Augusto Galvão

Com uma linguagem sensível e contundente, Carlos Augusto Ferreira Galvão entrelaça memória e ficção para construir um romance sobre um homem marcado pela dor, exclusão e busca de identidade em meio às sombras da ditadura militar brasileira (1964-1985).

Ao misturar lembranças pessoais, elementos históricos e reflexões, o autor expõe ainda como a repressão política afetou profundamente a Amazônia. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘Quando Caem as Cinzas’ – Divulgação A cor que nos separa, de Daniel Tonetto

Ambientada no sul do Brasil, a trama acompanha personagens cujas vidas são atravessadas por tensões raciais e preconceitos. Com referências a importantes figuras históricas, como Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela, a obra revela como heranças do passado — escravidão, falsa ideia de democracia racial e a marginalização da população negra — continuam moldando relações sociais, afetos e violências. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘A Cor Que Nos Separa’ – Divulgação Quase-romance nos pomares da eternidade, de Silvio Damasceno

Inspirada nas memórias do próprio autor Silvio Damasceno, a obra apresenta a história de César Moraes Leite, que em 1980 foi morto após ser baleado na Universidade Federal do Pará.

Ao utilizar a tragédia para ficcionalizar a trajetória do protagonista, o escritor revisita o período da ditadura militar no Brasil à medida que relembra a série de protestos e manifestações que, posteriormente, questionaram a repressão. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘Quase-romance nos pomares da eternidade’ – Divulgação Sete solidões, de Maurício Melo

Com uma escrita lírica e sensível, Maurício Melo Júnior constrói um mosaico íntimo e político de Brasília. Com densidade histórica, o livro articula os ecos da construção da capital do país, o autoritarismo militar, os jogos parlamentares e os dramas privados que se desenrolam à sombra desses acontecimentos.

Com personagens que carregam as marcas de suas escolhas e renúncias, é uma narrativa sobre o tempo, a memória, a opressão e a busca por liberdade e pertencimento. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘Sete solidões’ – Divulgação Uma lua de amor, de Paula Toyneti Benalia

Em meio à rigidez social e às convenções do século XIX na Inglaterra, “Uma lua de amor” mergulha os leitores em uma trama arrebatadora onde o amor e a vingança se enfrentam em um delicado jogo de poder.

A história se desenrola entre castelos sombrios, salões da aristocracia londrina e estalagens afastadas, tendo como pano de fundo um cenário histórico minuciosamente retratado, que revela a complexidade da nobreza e os desafios impostos às mulheres da época. (Onde comprar: The Gift Box)

Capa ‘Uma lua de amor’ – Divulgação Instinto de eternidade, de David Oliveira Silveira Junior

Com ritmo cinematográfico e linguagem visual marcante, “Instinto de Eternidade” mergulha na espiritualidade brasileira de forma plural: feita de sincretismos, rituais populares e religiosidade cotidiana.

Fruto de quase duas décadas de pesquisa, a obra nasce da curiosidade do autor em relação ao vazio espiritual que se abre com o declínio dos grandes mitos. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘Instinto de eternidade’ – Divulgação Zarteu e a sociedade dos mortais, de Cristiano César Nemeth

Formado em História, Cristiano Nemeth usa sua bagagem acadêmica para costurar fatos históricos, elementos religiosos e simbolismos culturais em uma narrativa que alterna entre passado e presente.

Ao revisitar o mito do vampiro, desde IV a.C, na Macedônia, até o início do século XX, o livro reinventa ainda camadas psicológicas e existenciais da humanidade. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘Zarteu e a sociedade dos mortais’ – Divulgação Max Oliver, de Vários autores

Com forte influência de temas históricos como o totalitarismo, a manipulação da verdade e a luta entre razão e poder, a saga “Max Oliver” propõe uma reflexão sobre o que define uma sociedade justa e o preço da paz construída sob o silêncio das injustiças.

Um universo vibrante e complexo, onde o eco de civilizações passadas molda o destino de novas gerações. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘Max Oliver’ – Divulgação Bordados, de Denilson da Silva

Doutor em Educação, Denilson da Silva reúne 52 poemas no lançamento “Bordados”. Com lirismo e precisão, a obra costura sonetos a temas como luto, amor, política e cotidiano.

Por meio de uma linguagem sensível e direta, o autor transformar ainda a dor em arte e o leitor é convidado a reconhecer-se nos versos e a ressignificar o passado, presente e futuro. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘Bordados’ – Divulgação Filhas da Ira, de Ronailde Braga Guerra

Sob uma lente ficcional histórica, intensa e visceral, Ronailde Braga Guerra reconstrói o universo feminino nos tempos de Jesus Cristo, resgatando tradições da época e a estrutura religiosa.

Em capítulos que apresentam diferentes mulheres — a intrusa, a traída, a guerreira, a impura, a renascida —, a obra traça um mosaico sensível e potente sobre a dor, a opressão e a busca por redenção vividas por figuras que desafiaram o destino imposto a elas. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘Filhas da Ira’ – Divulgação República Popular da Terranova, de Felipe Oliveira Kato

Com forte inspiração em regimes totalitários do século XX e em debates contemporâneos sobre democracia, justiça tributária e controle da informação, Felipe Oliveira Kato constrói uma narrativa tensa e atual.

Por meio de uma linguagem distópica, o autor traz ainda uma crítica contundente à naturalização da opressão, camuflada por um discurso de progresso e bem comum. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘República Popular da Terranova’ – Divulgação Uma preta em Paris, de Isabelle Mesquita

Nesta autobiografia, a artista contemporânea Isabelle Mesquita costura memórias da infância com reflexões sociais e políticas.

Criada no subúrbio de Pavuna, no Rio de Janeiro, a autora aborda os desafios de ser uma mulher preta e imigrante na França. Mestre em Gestão de Moda e Luxo pela ESGCI/Paris, ela retrata ainda a importância da moda ética como ferramenta de resgate da ancestralidade e afirmação da cultura periférica. (Onde comprar: Amazon)

Capa ‘Uma Preta em Paris’ – Divulgação Olha aquele menino, mamãe!, de Francisco Neto Pereira Pinto

Baseada nas observações do escritor e professor universitário Francisco Neto Pereira Pinto, esta obra atravessa questões como pobreza, imigração e proteção dos povos indígenas para contribuir com o aprendizado e formação dos jovens.

Por meio de uma escrita sensível e leve, o livro aborda ainda questões sociais e econômicas do país para os pequenos leitores. (Onde comprar: Mercado de Letras)

Capa ‘Olha aquele menino, mamãe!’ – Divulgação