No lançamento do jogo, Luís Freire afirmou que Portugal teria de ser autoritário. E assim teria de ser, até porque a seleção nacional quando entrou em campo sabia que só com uma vitória recolocar-se-ia no topo do Grupo B, dado que a República Checa venceu (5-0) o Azerbaijão. Objetivo cumprido e a seleção nacional está novamente na liderança, com 10 golos marcados e nenhum sofrido, nestas três primeiras jornadas. Contudo, a materialização no marcador do domínio luso só aconteceu depois do intervalo, pintada por números que até são escassos para a evidente supremacia.

Essa indicação do selecionador nacional foi transportada para o relvado do Portimão Estádio e cedo Portugal assumiu as rédeas. O sinal das intenções lusas foi dado bem cedo, aos 3’, quando Quenda lançou Martim Fernandes no flanco direito, com o lateral a cruzar rasteiro e Chermiti a desviar de calcanhar para defesa de Andreev, com a bola a sobrar para Tiago Parente, que viu a recarga ser desviada por um búlgaro e bater no poste.

Circulando a bola com segurança e a toda a largura do campo, Portugal tentou perfurar a muralha da Bulgária de todas as formas, quer com jogo interior, como pelos flancos. Por esta via, Roger Fernandes esteve bastante ativo no corredor esquerdo e por duas vezes serviu Chermiti. Na primeira o avançado tentou, sem sucesso, desviar de calcanhar, mas a bola sobrou para Diego Rodrigues que à entrada da área rematou para defesa a dois tempos de Andreev. Depois, novamente com os mesmos protagonistas, Roger serviu Chermiti, que errou por pouco.

Os últimos cinco minutos do primeiro tempo foram de grande assédio português à baliza da Bulgária, com Gustavo Sá a tentar de longe e Rodrigo Mora na área, com a bola a ter o mesmo destino: para fora, depois de passar perto do alvo.

Depois de um susto no início da segunda-parte, quando Rupanov e Mitkov poderiam ter feito melhor para colocar a Bulgária na frente, Portugal, sem nunca baixar o ritmo, encontrou o caminho para os golos, com Rodrigo Mora e Tiago Parente em evidência. O criativo desviou na área um cruzamento do lateral e abriu a contagem, elevada depois por Parente, que recargou uma bola que Andreev não segurou após remate de Diogo Travassos.

Já com a Bulgária a jogar com menos um por expulsão de Lazarov, Gustavo Varela apontou o terceiro numa entrada de rompante, a desviar um passe de Carlos Forbs. Na próxima terça-feira Portugal joga em Gibraltar, em jogo da 4.ª jornada.

O melhor em campo: Tiago Parente

Grande jogo do lateral-esquerdo, para mais tarde recordar. Foi protagonista bem cedo, aos 3 minutos já estava a assustar os búlgaros com um remate aos ferros. Combinou bem com Roger Fernandes no seu flanco e esteve muito ativo no apoio ao ataque. Foi assim que cruzou para Rodrigo Mora no 1-0 e apontou – numa recarga – o segundo golo da seleção nacional.

Os destaques da seleção nacional

A ação mais complicada para João Carvalho foi quando teve de sair da sua área para anular de cabeça um passe em profundidade para Rupanov. Sem passar por situações complexas, o setor defensivo de Portugal teve condições para ser ativa na ajuda ofensiva, principalmente através dos laterais, dado que os centrais, Tiago Gabriel e Gonçalo Oliveira, chegaram para controlar atrás. Martim Fernandes formou com Quenda uma dupla insistente e construiu a primeira oportunidade do jogo, que Chermiti e Tiago Parente não aproveitaram. Gustavo Sá formou duplo pivot no miolo com Diego Rodrigues, pisando terrenos mais recuados do que é habitual no Famalicão. Porém, não se coibiu de chegar à frente e lançou Carlos Forbs para o cruzamento do terceiro golo, apontado por Gustavo Varela. As arrancadas de Quenda carregadas de virtuosismo técnico cativou os portugueses, tal como Rodrigo Mora, que deixou no Algarve um perfume requintado, com pormenores de classe que definem os melhores. O 10 da seleção nacional teve sempre a baliza na mira e foi recompensado com um golo. Foi substituído por Rafael Luís, para os merecidos aplausos. A maioria das oportunidades na 1.ª parte saíram dos pés de Roger Fernandes e Chermiti foi o farol na área búlgara, mas esteve infeliz na finalização: aos 3’ desviou de calcanhar para defesa do guarda-redes e aos 27’ errou o alvo. João Simões foi muito aplaudido na estreia em casa pelos sub-21 e a entrada de Diogo Travassos acrescentou velocidade ao corredor direito.