“Nunca pensei que chegaria a este ponto, mas talvez, como tudo na vida, tenha chegado a hora”, escreveu o presidente americano na Truth Social
Donald Trump ameaçou esta sexta-feira a China com um “aumento maciço” das tarifas.
Numa longa publicação na rede social Truth Social, o presidente dos EUA acusou Pequim de se estar a tornar “muito hostil” para o resto do mundo ao querer “impor controlos de exportação sobre todos os elementos de produção relacionados com terras raras e praticamente tudo o que lhes vier à cabeça, mesmo que não seja fabricado na China”.
“Fomos contactados por outros países que estão extremamente irritados com esta grande hostilidade comercial, que surgiu do nada. A nossa relação com a China nos últimos seis meses tem sido muito boa, tornando esta medida comercial ainda mais surpreendente”, escreveu Donald Trump.
“Não há como permitir que a China mantenha o mundo ‘refém’, mas parece que esse tem sido o seu plano há já algum tempo”, acrescentou o presidente americano, que adiantou que estava a planear encontrar-se com Xi Jinping dentro de duas semanas na próxima reunião do Fórum Económico de Cooperação Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul, mas que agora “parece não haver motivo para isso”.
“Nunca pensei que chegaria a este ponto, mas talvez, como tudo na vida, tenha chegado a hora. No fim de contas, embora possa ser doloroso, será algo muito bom para os EUA. Uma das políticas que estamos a considerar neste momento é um aumento maciço das tarifas sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos da América”, ameaçou Trump.
Este é mais um episódio do frente a frente entre EUA e China sobre o comércio. Desde a tomada de posse de Trump até abril, os dois países andaram de retaliação em retaliação. Nesse mês, os EUA impuseram tarifas de 145% aos produtos chineses. A China respondeu com tarifas de 125%.
A 12 de maio, a tensão desescalou após uma reunião de delegações dos dois países em Genebra, da qual saiu um entendimento para a redução das tarifas aplicadas mutuamente durante 90 dias. Os dois países voltaram a reunir-se no final de julho, desta vez em Estocolmo, onde concordaram em prolongar a trégua.