O Citroën C5 Aircross foi totalmente renovado, mas mantém a missão de transportar famílias com um conforto elevado. Já conduzimos o elétrico.
Citroën ë-C5 Aircross
Primeiras impressões
8/10
Data de comercialização: Outubro 2025
O novo Citroën C5 Aircross está maior e melhor, mas é também mais barato e ganhou uma inédita versão 100% elétrica, que já conduzimos.
Prós
- Nível de conforto
- Espaço disponível a bordo
- Bagageira ampla
- Autonomia realista
Contras
- Alguns materiais
- Dinâmica pouco envolvente
- Detalhes de estilo menos convencionais
Desde 2018, já foram comercializadas mais de meio milhão de unidades do Citroën C5 Aircross, sendo que muitas delas continuam certamente a desempenhar o papel do “carro lá de casa” da melhor forma possível. Mas agora, chega o momento de conhecer a segunda geração do SUV.
Do seu antecessor, só fica mesmo o nome. Há uma nova plataforma (STLA Medium), um novo design — até o logótipo da marca é novo — e estreia uma inédita versão 100% elétrica, o ë-C5 Aircross, que fui conduzir a Maiorca.
A versão que pude conduzir inclui uma bateria de 73 kWh (úteis) e um motor de 157 kW (213 cv), tudo parte de um sistema que anuncia uma autonomia máxima entre os 498 km e os 520 km (WLTP).
Novo visual, melhor aerodinâmica e mais eficiência
Já no parque do hotel, o novo Citroën ë-C5 Aircross é imediatamente reconhecível como um modelo da marca, ainda que rompa totalmente com o antecessor. O conjunto parece ter mais presença no asfalto, mais desportivo, e a maioria das linhas são bem mais sofisticadas. Os grupos óticos com sistema Matrix LED e a nova assinatura luminosa de três pontos também contribuem para a imagem mais moderna.
Em termos de medidas, apesar de parecer mais compacto, o novo Citroën C5 Aircross é bem maior que o antecessor. Mais largo, mais comprido e com a mesma altura do anterior, mas no topo das barras do tejadilho (1,691 m). Menos visível é o aumento da distância entre eixos (para 2,784 m) e da largura das vias (dianteira e traseira). A altura ao solo mantém-se próxima dos 20 cm.
Interior numa vertente tecnológica
Se por fora já se percebe uma evolução clara do novo Citroën C5 Aircross, por dentro, a transformação é ainda mais profunda. Mesmo colocando de parte todos os conceitos mencionados pela marca para o interior, bastou entrar e sentar-me ao volante para perceber que o maior dos SUV da Citroën está bem mais evoluído.
O maior destaque, sem dúvida, é o novo ecrã vertical de comando tátil com uma dimensão de 13” e que a marca designa por “waterfall screen”, ou ecrã tipo cascata. É um nome pomposo para uma solução simples, mas não há dúvida que este parece mesmo flutuar desde o tabliê até à consola central entre os assentos. Além disso, está mesmo ali ao alcance da mão e inclui a grande maioria das funções e configurações do sistema, além de oferecer uma utilização fluida e uma rápida resposta tátil.
Em frente ao condutor, temos um volante compacto — não tanto como os da Peugeot —, a instrumentação é totalmente digital e tem um visual personalizável. Em alguns ecrãs, é possível seguir em tempo real a gestão de energia do sistema e ir otimizando o seu gasto através da condução.
Na versão Business disponível para teste, a integração com Android Auto e Apple CarPlay é feita sem fios e não falta um sistema de navegação 3D, comandos de voz com inteligência artificial ChatGPT e iluminação ambiente com oito cores à escolha.
Interior numa vertente de espaço e conforto
O ambiente é acolhedor e conta com uma boa qualidade de montagem, mas há materiais que ainda têm uma boa margem para evolução. Ainda assim, o verdadeiro destaque é mesmo o conforto. Se o anterior Citroën C5 Aircross já tinha neste ponto um dos seus trunfos, no novo modelo isso fica ainda mais claro.
Não estou a abusar se disser que os assentos Advanced Comfort são dos melhores do segmento: grandes, bem acolchoados e com regulação elétrica, aquecimento, ventilação e até função de massagem. Trocava facilmente a minha cadeira do escritório de casa por um assento destes… mas com rodinhas. E agora foram adicionados apoios laterais ajustáveis, que só melhoram a experiência.
Mais atrás, na segunda fila, há espaço que nunca mais acaba e encostos reclináveis entre 21º e 33º. Ao centro, há um apoio de braços rebatível, mas o nível de conforto deste lugar não fica muito longe dos dois laterais — ainda assim lamenta-se a perda dos três lugares traseiros individuais e de tamanho idêntico. E depois, não faltam saídas de ventilação, duas tomadas USB-C e a melhor vista para o (opcional) teto panorâmico em vidro.
Na bagageira, há 651 litros de capacidade disponíveis, independentemente da motorização escolhida, seja a elétrica, híbrida plug-in ou mild-hybrid. Não há nada que «roube» o espaço disponível sob o piso.
Ao volante do Citroën ë-C5 Aircross
O Citroën ë-C5 Aircross que pude conduzir nas boas estradas de Maiorca oferece uma experiência de condução focada no conforto e na eficiência. A aceleração dos 0 aos 100 km/h faz-se em céleres 8,9s, mas esse nunca foi o foco.
A prioridade está, sem dúvida, no conforto de rolamento, momento em que as suspensões com batentes hidráulicos progressivos continuam a ser uma referência. A forma como absorvem imperfeições e mantêm a carroçaria estável é impressionante — e reforça a ideia de que este é um verdadeiro “tapete voador”, como gosta de dizer a Citroën.
A insonorização é excelente, mesmo com jantes de 20” e pneus de perfil mais baixo. A direção é suave e precisa, e os modos de condução (Eco, Normal e Sport) ajustam o desempenho sem alterar o ADN mais relaxado deste SUV francês. Em travagem regenerativa, há três níveis ajustáveis através das patilhas no volante.
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Preço do ë-C5 Aircross em Portugal e gama disponível
Talvez um dos aspetos mais surpreendentes da segunda geração do Citroën C5 Aircross é que chega a Portugal com preços inferiores ao das versões equivalentes do antecessor. Na motorização Hybrid 145 (mild-hybrid 48 V e 145 cv), os preços arrancam nos 33 490 euros para a versão de entrada You, o que são mais de 4000 euros a menos do que antes.
No caso do ë-C5 Aircross, a versão 100% elétrica, não há forma de comparar com o antecessor, pois estreia-se na nova geração: os preços começam nos 40 690 euros na versão You. O que se compara favoravelmente com o «primo» Peugeot e-3008, com a mesma motorização e bateria, que tem preços a começar nos 47 250 euros.
O ë-C5 Aircross que tive oportunidade de conduzir era a versão Business, num patamar intermédio, mas com muito mais equipamento, tem um preço de 44 790 euros.
Tal como o nome indica, está orientada para clientes profissionais, que são a larga maioria de compradores de veículos elétricos novos em Portugal. O equipamento de série já inclui elementos como as jantes de 19”, os assentos Advanced Comfort com apoio lombar, carregamento rápido até 160 kW (de 20% a 80% em apenas 30 minutos) e um conjunto alargado de ajudas à condução.
Mais tarde, em 2026, ficará disponível o novo Citroën C5 Aircross equipado com um sistema híbrido plug-in e que também tive oportunidade de conduzir. O sistema disponibiliza 195 cv e não tem qualquer problema em garantir mais de 100 km de autonomia em ambiente urbano sem utilizar o motor de combustão.
Citroën ë-C5 Aircross
Primeiras impressões
8/10
Com até 520 km de autonomia e um conforto digno de segmento superior, o Citroën ë-C5 Aircross destaca-se como uma proposta racional e serena para famílias ou profissionais. Junta espaço, tecnologia e eficiência numa fórmula simples e eficaz. A qualidade de alguns materiais ainda pode melhorar, mas o silêncio a bordo e o equilíbrio geral fazem dele um dos SUV elétricos mais confortáveis do momento.
Data de comercialização: Outubro 2025
Prós
- Nível de conforto
- Espaço disponível a bordo
- Bagageira ampla
- Autonomia realista
Contras
- Alguns materiais
- Dinâmica pouco envolvente
- Detalhes de estilo menos convencionais
TR: Independente, multibraços
TR: Discos ventilados

