Uma obra lançada em 1982 que permanece memorável.
A fantasia está repleta de produções escoradas no sucesso de Conan, o Bárbaro, que deu um grande impulso ao gênero até então considerado insignificante. Nessa massa, algumas tramas conseguiram se destacar da multidão e permanecer suficientemente memoráveis, como O Príncipe Guerreiro, dirigido por Don Coscarelli.
Após seu bem-sucedido filme de terror, Fantasma, Coscarelli tinha ambições maiores para seu próximo longa. Ele então se concentrou em um romance de ficção científica chamado The Beast Master, que combina a abordagem de John Carter, de Edgar Rice Burrough, com a de Flash Gordon.
A história é sobre Dar, o filho do rei destinado a destruir o tirano das forças do mal, segundo sua profetisa. Marcado ao nascer antes de ser sacrificado, ele é salvo por um homem que o leva de volta para sua pequena aldeia e o cria como seu filho. Quando adulto, sua pequena aldeia e sua família adotiva são destruídas pelo exército do monarca.
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Único sobrevivente, ele parte em uma aventura com o objetivo de vingança e se torna um lutador que encontrará aliados em seu caminho, incluindo animais com os quais se comunica graças ao seu dom de telepatia.
Encontrar fundos para financiar O Príncipe Guerreiro provou ser um verdadeiro desafio para Coscarelli. Mas ele conseguiu arrecadar US$ 9 milhões, que investiu da melhor forma possível para tornar o universo cinematográfico organizado e crível. Daí uma pré-produção particularmente longa, até mesmo na escolha dos talentos que trabalhariam no filme. Ele ainda garantiu os serviços do diretor de fotografia favorito de Stanley Kubrick, John Alcott (Laranja Mecânica, Barry Lyndon, O Iluminado).
Dar é interpretado por Marc Singer, um ator com formação clássica e cerca de trinta papéis em seu currículo, a maioria deles na televisão. Fisicamente em forma e atlético, ele parece perfeitamente adequado ao papel, no qual se dedica de verdade.
Só que, durante as filmagens, o ator não parava de sabotar regularmente a autoridade do diretor, que mantinha uma relação tensa com ele. Sem mencionar a pressão infernal exercida pelo produtor do filme, Sylvio Tabet, que chegou a ameaçar demitir Coscarelli e até Alcott.
Lançado no mesmo ano que Conan, o Bárbaro, o filme sofreu com comparações à obra-prima de John Milius – a ponto de ser acusado de oportunismo, ou até mesmo de plágio descarado.
Os resultados de bilheteria foram bem diferentes: Conan arrecadou US$ 80 milhões, enquanto O Príncipe Guerreiro faturou apenas US$ 14 milhões em sua exibição nos cinemas.