Agora, depois de assinar na quarta-feira um acordo de cessar-fogo mediado por Trump, o Hamas depositou ainda mais fé na palavra do líder da Casa Branca, que já este ano propôs expulsar os palestinianos de Gaza e reconstruí-la como um resort turístico controlado pelos Estados Unidos.
No âmbito desse acordo, que entrou esta sexta-feira, 10 de outubro, em vigor, o Hamas aceitou entregar reféns na sua posse sem que se tivesse ficado acordada a retirada total de Israel do enclave. Uma aposta arriscada baseada no envolvimento profundo que Trump tem no processo, mas feita numa altura em que o movimento islamita palestiniano entende que a retenção de reféns mina o apoio global à causa da Palestina.
Os líderes do grupo estão cientes de que este tiro poderá sair pela culatra e que Israel retome a campanha militar assim que os reféns forem libertados, como aconteceu após um cessar-fogo em janeiro, no qual Trump e a sua equipa estiveram envolvidos.
No entanto, e apesar de algumas das suas reivindicações ainda estejam por resolver, incluindo o início de uma caminhada que conduza à criação de um Estado palestiniano, o Hamas sentiu-se suficientemente tranquilizado pela presença de algumas das pessoas mais próximas de Trump nas conversações indiretas com Israel num centro de conferências no resort egípcio de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho.