William pergunta: “Se pudesse dizer algo a Paul, o que teria dito?”. Rhian responde: “Se eu tivesse tempo com ele diria: ‘Por que é que não falaste comigo?’ Pergunto-me isto todos os dias. Ele estava devastado, culpou-se muito pelo que aconteceu. Gostava de ter tido a oportunidade de perguntar: ‘Por que é que não vieste até mim?’ Porque ele perdeu muitas alegrias. E ficaríamos bem. Acho que isto é o mais difícil… Nós teríamos ficado bem“.

Neste momento, o príncipe fica emocionado, de olhos marejados, e chega a desviar o olhar e por a mão no rosto. “Está bem?”, pergunta-lhe Rhian, preocupada com a reação de William, que rapidamente volta à conversa e mostra-se solidário. “Desculpe-me. É muito difícil fazer-lhe estas questões“, afirma o príncipe, colocando a mão no ombro da mulher. “Também viveu uma experiência de perda”, continua Rhian, a recordar a morte da princesa Diana. “A vida pode ter reviravoltas terríveis. Ao falar e manter a esperança, podemos continuar”.

A conversa foi divulgada no âmbito da nova rede de prevenção ao suicídio que deve operar em todo o Reino Unido. William diz que espera construir “uma resposta nacional ousada e forte à tragédia desoladora e prevenível que é o suicídio”. A instituição criada por Rhian em 2012 depois da perda do marido, a 2wish, que apoia familiares que perderam inesperadamente um filho ou criança, é uma das 20 que fazem parte da rede apoiada pela Royal Foundation, que vai doar um milhão de libras ao longo dos próximos três anos. O projeto será presidido pela professora Ann John, especialista em prevenção ao suicídio e consultora de saúde pública em Gales.

O vídeo também mostra momentos de descontração de William com Rhian e com os dois filhos da mulher, que aparecem ao final da conversa. Diferente de outras visitas institucionais em hospitais, escolas ou sedes de organizações de caridade, o príncipe mostra-se mais informal e próximo, a usar calças de ganga, uma camisola azul escura e um par de ténis, e ainda aparece a sair e entrar no próprio carro, no banco traseiro. Uma imagem de proximidade que parece estar a ser construída ao longo dos últimos meses, com destaque para uma entrevista recente em que leva Eugene Levy para um passeio por Windsor, e na qual fala sobre o futuro da monarquia e dá detalhes sobre a família — como por exemplo o facto dos filhos não terem telemóveis. Entretanto, a exposição deve ter um limite, já que o próprio assumiu na entrevista que não quer “repetir os erros” dos pais, que viveram um divórcio bastante mediático.