Cinco pessoas tiveram de ser resgatadas esta sexta-feira depois de o veleiro onde seguiam se ter afundado, após uma interacção com orcas, a cerca de 90 quilómetros da costa, ao largo de Peniche. A operação de busca e salvamento foi assegurada pela Marinha.

O incidente aconteceu ao final da tarde desta sexta-feira, dia 10. Uma mulher portuguesa, um homem e três crianças francesas seguiam a bordo do veleiro TI’FARE “a navegar a 45 milhas náuticas, o equivalente a cerca de 90 quilómetros” da costa, descreve a Marinha Portuguesa em comunicado, quando foram surpreendidos por um grupo de orcas e pediram ajuda ao Centro de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa via rádio.

O contacto com os animais resultou numa “entrada de água a bordo que levou ao consequente afundamento do veleiro”, explica ainda o mesmo ramo das Forças Armadas portuguesas.

“Para o local, foram de imediato activados vários meios do dispositivo de Busca e Salvamento Marítimo para dar uma resposta rápida e eficaz. Estiveram empenhados no resgate a fragata D. Francisco de Almeida, a embarcação de pesca SILMAR, uma embarcação da estação Salva-Vidas de Peniche e o helicóptero EH-101 da Força Aérea Portuguesa”, detalha a mesma fonte.

Quando as autoridades chegaram ao local, e uma vez que o barco estava a afundar-se, os tripulantes já se tinham transferido para a balsa salva-vidas, tendo sido transportados por um helicóptero da Força Aérea até à base do Montijo, onde receberam apoio médico do INEM.

“Mais tarde, foram todos transportados para uma unidade hospitalar”, conclui a Marinha, em comunicado. Desconhece-se, por enquanto, o estado de saúde dos adultos e das crianças.

Este incidente ao largo de Peniche soma-se a outros que têm acontecido ao longo da costa portuguesa nas últimas semanas. Há dezenas de incidentes por ano. Um dos mais recentes aconteceu a 13 de Setembro, na Costa da Caparica. O navio também naufragou.

Em 2023, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) proibiu, inclusive, as embarcações marítimo-turísticas de se aproximarem activamente de grupos de orcas com o objectivo de evitar estes incidentes.

Este comportamento dos animais continua, no entanto, a tornar-se cada vez mais frequente em toda a Península Ibérica. Os cientistas não acreditam que se trate de um comportamento agressivo com a intenção de intimidar, mas as causas ainda estão em estudo.