O primeiro-ministro francês afirmou este sábado querer nomear um Governo “livre” e “não preso aos partidos”, depois de ter sido reconduzido na sexta-feira à noite pelo presidente francês Emmanuel Macron. “Este governo deve ser livre e não preso aos partidos, inclusive em
relação às próximas eleições presidenciais”, afirmou.
Nas suas declarações aos jornalistas, à margem de uma visita a uma esquadra de polícia em Val-de-Marne, a sudeste de Paris, Sébastien Lecornu observou esta manhã que “não havia muitos candidatos” para o suceder como primeiro-ministro.
Desde a sua recondução somam-se as críticas da oposição e as ameaças de censura imediata ao novo Executivo, nomeadamente da França Insubmissa, do Partido Comunista Francês, dos Ecologistas e do Rassemblement National.
Após a recondução de Sébastien Lecornu, Gabriel Attal, antigo primeiro-ministro francês e líder do “bloco central” Ensemble pour la République, considerou que “o único desafio que vale a pena agora é dotar a França de um Orçamento” para o próximo ano.
Numa publicação no X Gabriel Attal afirmou que “o primeiro-ministro foi reconduzido nas suas funções. É uma decisão do presidente da República”, depois de ter denunciado um “espetáculo lamentável” no início da semana e admitido que já “não compreender mais as decisões do presidente da República”.
Le Premier ministre a été reconduit dans ses fonctions.C’est la décision du président de la République.
Le seul enjeu qui vaille désormais, c’est de doter la France d’un budget. @Renaissance et les @DeputesEnsemble y travailleront d’arrache-pied.
— Gabriel Attal (@GabrielAttal) October 11, 2025
Ausências anunciadas no próximo Governo
O ministro francês do Interior demissionário, Bruno Retailleau, anunciou esta manhã que não fará parte do próximo Governo. Sébastien Lecornu disse “respeitar” a decisão de Bruno Retailleau.
Ao início da tarde, o seu partido Les Républicains (Republicanos) anunciou que não participará no Executivo de Lecornu por não estarem reunidas as condições e a confiança necessárias “nesta fase”.
“A Direção Política dos Republicanos reafirma a necessidade de dotar a França de um Orçamento: é por isso que os Republicanos serão responsáveis e não serão os artífices do caos”, explicam em comunicado.