Diane Keaton, estrela de cinema vencedora de um Óscar de Melhor Atriz, morreu este sábado, aos 79 anos, na Califórnia, Estados Unidos da América.
A notícia está a ser avançada pela revista americana People, que para já não adianta mais detalhes.
Nascida a 5 de janeiro de 1946 em Los Angeles, Califórnia, Diane Keaton foi a mais velha de quatro irmãos.
Apesar de ter começado no teatro, notabilizou-se no cinema, sobretudo a partir da década de 70 e muito graças ao papel ao lado de Al Pacino nos filmes O Padrinho, de Francis Ford Coppola, com a personagem Kay Adams, e nas colaborações com Woody Allen – Play It Again, Sam (versão teatral e depois filme), Sleeper (1973), Love and Death (1975), Manhattan (1979).
Em 1978, venceu o Óscar de Melhor Atriz pelo papel principal no filme Annie Hall, de 1977, uma comédia de Woody Allen protagonizada pela atriz e pelo próprio realizador, que já tinham sido um casal na vida real. No filme, Woody Allen escolheu para nome da personagem feminina o verdadeiro apelido de Diane.
Annie era o diminutivo de Diane e Hall era o último nome da atriz, que acabou por escolher Keaton (sobrenome da mãe) para nome artístico porque Diane Hall já estava, à época, inscrito no sindicato dos atores.
Diane Keaton e Woody Allen no filme Annie Hall.
Bettmann
Também por este papel venceu um prémio BAFTA. E desde então, tornou-se um ícone na indústria do cinema, tendo protagonizado alguns importantes filmes dos últimos 50 anos.
Chegou a ser nomeada para o óscar de Melhor Atriz mais três vezes: pelo papel como Louise Bryant, uma jornalista e ativista americana, no filme Reds (1981), pelo papel como Bessie no filme O Quarto de Marvin (Marvin’s Room, 1996), e pelo papel de Erica Barry no filme Alguém Tem de Ceder (Something’s Gotta Give, 2003).
Além disso, venceu também dois globos de ouro. Um primeiro, pelo papel em Alguém Tem de Ceder (Something’s Gotta Give, 2003), e um prémio de carreira, atribuído pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA), em 2014.
The Sunday Times Magazine
Em 1993, a atriz assumiu o papel inicialmente escrito para Mia Farrow, em O Misterioso Assassinato em Manhattan e afirmou-se como apoiante de Woody Allen após a acusação de Farrow, a ex-mulher, de que ele tinha abusado da filha adotiva de ambos, Dylan.
A acusação foi investigada pela clínica de abusos sexuais do Yale New Haven Hospital e pela Comissão de Proteção de Menores de Nova Iorque; nenhuma das instituições encontrou provas de crime.
Keaton também adotou uma filha, Dexter, em 1996, e um filho, Duke, quatro anos depois.
Apesar de ter tido uma carreira principalmente marcada por sucessos de cinema – o papel mais recente aconteceu em Summer Camp, filme do ano passado – , a laureada atriz também chegou a fazer alguns trabalhos de televisão, entre eles o papel de uma freira na série The Young People, de Jude Law.
Pelo caminho, publicou três autobiografias: Then Again, em 2011, Let’s just say it wasn’t pretty, em 2015, e Brother and Cister, 2020. Nenhuma teve tradução em português.
Em 1980 publicou também Reservations, um livro de fotografia, atividade à qual se dedicava desde a década de 1970, e em 2022 Saved: My Picture World, uma autobiografia visual.
Numa rara aparição na televisão, foi uma das protagonistas da minissérie O jovem Papa, de Paolo Sorrentino, estreada em 2016. Em 2021 participou no videoclipe da música Ghost do cantor Justin Bieber.
Em 2017, recebeu um prémio de carreira do American Film Institute.