Dra. Daniela Abreu | Fotografia: D.R.

De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (2022), o cancro da cavidade oral e do lábio é o 16º mais comum no mundo e ocupa a 15ª posição no que concerne à maior taxa de mortalidade. Em Portugal, segundo o Registo Oncológico Nacional de 2021, foram diagnosticados 1851 novos casos de cancro oral, tendo sido documentados 866 óbitos.

Numa fase inicial, o cancro oral pode ser assintomático, o que leva a que, muitas vezes, o diagnóstico seja tardio. Esta realidade traduz-se em taxas de sobrevivência mais baixas, entre 40 a 50% aos cinco anos após o diagnóstico, e numa redução significativa da qualidade de vida dos doentes, devido à complexidade dos tratamentos a que são submetidos.

Os principais fatores de risco atualmente conhecidos incluem o tabaco, o consumo de álcool, a infeção pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV) e, no caso do cancro do lábio, a exposição solar prolongada e desprotegida.

A prevenção e o diagnóstico precoce são a chave para melhorar o prognóstico e aumentar as hipóteses de sucesso do tratamento. Para isso, é essencial que cada pessoa esteja atenta a sinais de alerta como: úlceras que não cicatrizam em mais de duas semanas; placas brancas ou vermelhas persistentes; aumentos de volume na mucosa oral, região facial ou cervical; dificuldade em abrir a boca; dor ou alterações da sensibilidade.

As consultas de rotina com o médico dentista e com o higienista oral têm, de igual forma, um papel essencial pois possibilitam, através da observação direta da cavidade oral, a deteção de alterações potencialmente malignas e de cancro oral em estágios iniciais.

Permanecer atento aos sinais de alerta, eliminar fatores de risco e realizar consultas de rotina são medidas simples, mas grande importância para reduzir a mortalidade e a morbilidade associadas ao cancro oral. O diagnostico precoce aumenta a probabilidade de sucesso no tratamento e na preservação da qualidade de vida. Assim, a vigilância e a prevenção assumem-se como os principais aliados na luta contra esta doença.