Andreas Schjelderup jogou apenas cinco minutos na goleada aplicada pela Noruega a Israel (5-0), na sexta jornada do Grupo I da qualificação europeia para o Campeonato do Mundo de 2026. O extremo do Benfica foi o último suplente utilizado pelo selecionador Stale Solbakken, a cinco minutos dos 90′.
Schjelderup rendeu Antonio Nusa, que foi o protagonista da principal ovação da noite. O extremo do Leipzig esteve ligado à corrente: fez a cabeça em água a Dasa, defesa direito israelita, provocou o autogolo de Anan Khalaili aos 18′ e patrocinou o hat-trick de Haaland com duas assistências, aos 63′ e aos 72′.
Schjelderup tinha a missão complicada de render uma das figuras da partida, mas deu boa réplica. O jovem de 21 anos colou-se ao lado esquerdo do ataque, mas foi no meio que deixou marca.
O internacional norueguês pressionou a defesa israelita desde o corredor esquerdo até ao central, recuperou a bola no último terço e serviu Haaland que deixou Strand Larsen na cara do golo. O avançado do Wolverhampton contornou Peretz e introduziu a bola na baliza de Israel, mas partiu de posição irregular para marcar o 6-0.
Ficou a intenção e o compromisso de Schjelderup sem bola. Em organização ofensiva, o extremo do Benfica até ocupou os mesmos terrenos que o lateral esquerdo norueguês na primeira jogada, antes de se deslocar para zonas mais interiores.
Infelizmente para Schjelderup, o duelo não teve praticamente tempo de compensação. O jovem extremo poderá, ainda assim, ter uma oportunidade de acumular mais tempo de jogo na terça-feira, no duelo particular entre Noruega e Nova Zelândia.
90 minutos da polémica
O tempo de jogo de Andreas Schjelderup no Benfica precipitou trocas de declarações entre José Mourinho e Stale Solbakken nas últimas duas semanas. Tudo começou quando o técnico luso frisou as dificuldades do extremo para completar 90 minutos, depois do duelo contra o Gil Vicente a 27 de setembro.
O selecionador norueguês concordou com Mourinho, dias depois… com um asterisco: «Se ele nunca jogar 90 minutos, nunca se tornará um jogador de 90 minutos.» O técnico luso não gostou que Solbakken comentasse a gestão do extremo no clube, pediu «respeito».
O técnico nórdico retratou-se na quarta-feira, mas voltou a reforçar a necessidade de Schjelderup somar 90 minutos: «Foi uma interpretação forte. Na verdade, disse que concordava com tudo o que ele disse, mas que seria difícil ele ser um jogador de 90 minutos se nunca joga 90 minutos.»
O atleta admitiu, já ao serviço da seleção, o desejo de «jogar o máximo possível e contribuir o máximo possível», mas destacou o «ótimo relacionamento» com Mourinho.
Siga o perfil de A BOLA no Google