Publicado em 12/10/2025
Com o envelhecimento da população brasileira, cresce também a importância de políticas e hábitos que ajudem a preservar a saúde articular. Segundo dados do último Censo Demográfico do IBGE, em 2022 o Brasil já contava com mais de 22 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, o que corresponde a 10,9% da população total. O levantamento mostrou também que esse contingente cresceu 57,4% em apenas 12 anos, já que em 2010 os idosos nessa faixa representavam 7,4% da população.
Manter idosos ativos é necessário?
Pensando em longevidade — isto é, em envelhecer com saúde, disposição e autonomia para realizar as atividades do dia a dia — os cuidados com as articulações (joelho e quadril, em especial) são essenciais. Por isso, o médico ortopedista Dr. Mauro Meyer traz orientações práticas que ajudem a chegar à terceira idade com menor risco de dor, limitação ou artrose.
“As articulações são como engrenagens que sustentam todos os nossos movimentos, como caminhar, subir escadas, sentar, levantar. A falta de cuidado ao longo da vida pode gerar microlesões, desgastes na cartilagem e acelerar quadros de artrose, uma doença degenerativa que reduz mobilidade, causa dor e traz limitação de qualidade de vida,” explica Dr. Mauro.
7 dicas para cuidar das articulações desde cedo
De acordo com o médico ortopedista, alguns cuidados básicos podem contribuir para a saúde dos joelhos e quadril. Como a artrose é uma doença bastante atrelada ao avanço da idade, evitá-la ou atrasar ao máximo a sua progressão, pode reduzir a necessidade de tratamentos futuros mais invasivos, como é o caso das cirurgias que substituem as articulações por próteses ortopédicas.
Mantenha o peso corporal saudável
De acordo com Dr. Mauro, cada quilo a mais sobre o corpo aumenta bastante a tensão sobre joelhos e quadris. A obesidade ou sobrepeso crônico levam a uma sobrecarga mecânica que acelera o desgaste da cartilagem. “Além disso, gordura corporal em excesso produz substâncias inflamatórias que contribuem para processos degenerativos nas articulações”, alerta.
Pratique atividades físicas regulares com orientação
Fortalecer a musculatura de sustentação, como quadríceps, glúteos e core – uma rede complexa de músculos localizados na região central do corpo -, ajuda a absorver impactos e proteger as articulações. “Atividades de baixo impacto como natação, ciclismo, hidroginástica e caminhada em terreno plano são recomendadas. Mas também vale intercalar com exercícios de resistência, sob supervisão, para manter aptidão funcional”, orienta o médico.
Evite excessos e sobrecargas repetitivas
Embora a atividade física seja essencial, Dr. Mauro alerta sobre os excessos. “Treinos muito pesados sem recuperação, esportes de alto impacto e saltos constantes podem gerar microtraumas que somam e comprometem a articulação mais à frente”, aponta. O ideal é dosar a intensidade, respeitar períodos de descanso, variar tipos de exercício, e sempre que possível usar calçados adequados e pisos seguros.
Cuide da postura e da mecânica de movimento
O médico destaca que algumas condições anatômicas, como desvios no joelho, (conhecidos como valgo), pés planos, e até mesmo hábitos posturais ruins ao andar ou se sentar, podem forçar articulações que não foram projetadas para aquela carga.
“Por isso é importante que sejam feitas periódicas avaliações com fisioterapeutas ou ortopedistas, profissionais que podem indicar a necessidade do uso de palmilhas e correção postural, por exemplo. Práticas como pilates ou yoga podem também ajudar bastante a manter o alinhamento adequado”, explica Dr. Mauro Meyer.
Previna lesões esportivas
Uma ruptura de menisco, de ligamento cruzado ou outras lesões articulares, mesmo após tratamento, já elevam o risco de artrose futura. Portanto, segundo o especialista, é preciso se aquecer bem antes das práticas, fortalecer músculos ao redor da articulação, progredir de forma gradual nos esportes e treinos, e buscar diagnóstico imediato em caso de dor ou inchaço persistente.
Alimentação equilibrada e cuidados metabólicos
Dr. Mauro lembra que a nutrição adequada exerce papel duplo: fornece os nutrientes para manutenção da cartilagem e dos ossos, e previne a inflamação crônica, o que desacelera a degeneração das articulações. “É preciso incluir alimentos ricos em ômega-3, frutas e vegetais ricos em antioxidantes, proteínas de qualidade, além de garantir níveis adequados de vitamina D e cálcio. Evitar dietas excessivamente ricas em alimentos ultraprocessados, com muito açúcar e gordura saturada, é outro ponto relevante”, comenta.
Diagnóstico precoce de sintomas e acompanhamento
Ao notar sintomas incômodos, como dor persistente, estalos, rigidez ou dificuldade de movimentação, é recomendada a busca por ajuda médica. Dr. Mauro explica que esses indícios não são normais e devem ser investigados. Diferentes doenças, ainda que sejam leves, quando identificadas precocemente permitem intervenções menos invasivas, fisioterapia e ajustes de estilo de vida que podem impedir ou retardar uma evolução para artrose avançada.
“Vale destacar que todas essas medidas não garantem que nunca haverá problema, pois fatores genéticos, traços anatômicos individuais e histórico traumático fazem parte da equação. Mas o que vejo na prática clínica é que quem adota esses cuidados desde cedo chega à terceira idade com muito menos dor, muito mais mobilidade, independência e qualidade de vida. É bem mais fácil prevenir ou retardar danos, do que tentar restaurar articulações já bastante lesionadas”, conclui o médico ortopedista.
Da redação
Fonte: Zimmer Biomet
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