Klara Castanho, Duda Reis e Priscila Sol protagonizam trama sombria sobre rituais – Divulgação

Klara Castanho, Duda Reis e Priscila Sol protagonizam trama sombria sobre rituais Divulgação

Publicado 11/10/2025 05:00

Rio – O cinema de terror brasileiro ganha reforço com “Apanhador de Almas”, em cartaz nos cinemas. Composto por um elenco exclusivamente feminino, o filme acompanha a história de quatro jovens – Emilia (Klara Castanho), Mia (Jessica Córes), Olívia (Duda Reis) e Isabella (Priscilla Sol e Larissa Ferrara) – aspirantes a bruxas que, durante um eclipse solar, participam de um ritual que acaba evocando uma entidade de outra dimensão. Com isso, ficam presas em um limbo e devem participar de um jogo mortal.  

Klara Castanho comenta o desafio de se arriscar no gênero: “É justamente porque tem muitos e bons filmes, mas que não são uma referência ainda no Brasil. Então, foi uma oportunidade de me desafiar como atriz, de entender novas vertentes, novas possibilidades. E a possibilidade de viver esse desconhecido foi o que mais me chamou a atenção, além, claro, da história e de saber que era um elenco 100% feminino”.

Para Duda Reis, o filme marca uma nova fase da carreira, já que essa é a estreia dela nas telonas. “Me senti acolhida e segura. Eu brinco que sou multifacetada, mas consegui equilibrar tudo. Foi um desafio e uma realização”, afirma ela, que também celebra a força da produção em reunir protagonistas mulheres: “Foi um golaço em todos os sentidos”.

Apesar do enredo sombrio, Larissa Ferrara garante que o clima no set de gravações foi tranquilo. “Foi harmonioso, muito focado. A gente não teve realmente nenhuma história interessante para contar, ninguém quebrou nada, ninguém desmaiou”, declarou. 

Priscila Sol, no entanto, recorda uma situação inesperada durante as filmagens. “Eu gravei a cena da possessão e passei muito mal. Descobri depois que estava com Covid-19 e não pude continuar no filme. Para mim, isso foi quase sobrenatural, parecia que não era para eu fazer”. Por causa da doença, ela foi substituída por Larissa Ferrara no meio da produção.

Diretor do longa-metragem, Fernando Alonso diz que a locação do filme provocava muita curiosidade. “A gente ouviu histórias de que a casa era usada para rituais e que moradores acreditavam que ela era mal-assombrada. Não vimos nada, mas a energia do lugar era forte”, afirma. 

Na trama, cada uma das amigas tem personalidades distintas. Priscila acredita que a história abordada na produção dialoga com situações reais: “A gente se vê ali em vários momentos. São personagens diferentes, mas todas representam questões que já vivemos de alguma forma”. 

As escolhas diante do desconhecido também são abordadas. Jessica Córes, então, fala sobre sua experiência em relação ao assunto. “Às vezes eu tenho medo, mas é isso, vamos. Então, eu tenho uma frase que carrego muito: ‘vai com medo, mas vai'”.

Diretores defendem o terror nacional

Para os diretores Fernando Alonso e Nelson Botter Jr., o longa representa mais do que uma produção de gênero, mas também um passo para fortalecer o audiovisual no Brasil.

“Sou fã do gênero desde muito jovem, em parte porque ele dialoga com nosso imaginário e nos conecta com nossos próprios medos. É um tipo de filme ainda pouco desenvolvido no Brasil e no qual precisamos apostar mais”, diz Alonso. “Filmes de gênero são fundamentais para o fortalecimento do cinema brasileiro, porque combinam identidade cultural com linguagem universal — ampliam nosso alcance sem perder a essência”, garante Botter Jr.  

Os cineastas também destacam os desafios de produção: “A gente ainda enfrenta barreiras com investidores e exibidores, porque o terror não tem a mesma credibilidade que outros gêneros no Brasil. Mas acreditamos que esse mercado pode crescer muito”.