A vacina contra o papilomavírus humano (HPV) reduziu em até 58% os casos de câncer do colo do útero no Brasil e em 67% as lesões pré-cancerosas graves. Os dados são de um estudo conduzido pela Fiocruz, com apoio da Royal Society e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Eficácia comprovada e acesso gratuito
A pesquisa, realizada entre 2019 e 2023 com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), confirmou que o imunizante é eficaz mesmo antes da idade indicada para o rastreamento — 25 anos — e também em contextos de baixa renda, reforçando seu impacto na prevenção do câncer.

O câncer do colo do útero segue como o segundo tipo mais comum entre as mulheres brasileiras. Estima-se que entre 50% e 70% das pessoas sexualmente ativas entrem em contato com o HPV ao longo da vida. A vacina oferecida gratuitamente pelo SUS é considerada a forma mais eficaz de evitar a infecção e reduzir o risco da doença.

Para aumentar a cobertura, o Ministério da Saúde prorrogou até dezembro de 2025 a vacinação gratuita para jovens de 15 a 19 anos que não receberam o imunizante na faixa etária indicada (9 a 14 anos). A meta é alcançar cerca de 7 milhões de adolescentes ainda não vacinados.

Esquema vacinal contra o HPV

  • Adolescentes imunocompetentes (9 a 14 anos): dose única — substitui o esquema anterior de duas doses.

  • Pessoas com sistema imunológico comprometido: devem receber três doses, incluindo pacientes com HIV/AIDS, em tratamento oncológico ou transplantados.

  • Usuários de PrEP (prevenção ao HIV): recomendação de três doses para quem tem entre 15 e 45 anos.

  • Vítimas de violência sexual: com 15 anos ou mais também devem receber três doses.

A vacinação é gratuita em unidades básicas de saúde de todo o país.