Imagine fotografar com uma máquina analógica que utiliza vidro e polvilho para capturar imagens. A proposta parece inusitada nos tempos atuais, em que basta um toque no celular para registrar uma imagem e publicá-la nas redes sociais.

Mas é exatamente isso que o bauruense Luiz Henrique Carneiro, o fotógrafo “lambe-lambe” – que tira fotos instantâneas, reveladas no local, em sua máquina-laboratório – e pesquisador dos processos fotográficos analógicos desenvolveu.

Para substituir o colódio úmido, composto difícil de encontrar e altamente inflamável por conter ácido, ele criou uma emulsão à base de amido de mandioca, que recebeu o nome de Manihotipia, em referência ao nome científico da planta, Manihot esculenta.

Além do colódio, o novo método dispensa o uso da emulsão tradicionalmente utilizada para fixar sais de prata nas placas de vidro, etapa essencial na formação de negativos fotográficos da forma convencional.

“Esta emulsão funciona como uma cola nos sais de prata, que reagem à luz para formar a imagem. E dois produtos foram utilizados para fazer essa emulsão em larga escala para os negativos com vidro: o colódio, que é a base de nitrocelulose (1840), e depois a gelatina (1880), que é utilizada até os dias atuais para fazer o filme fotográfico”, conta.

Pesquisando formas mais simples e seguras de substituir o colódio úmido desde 2014, Luiz Henrique conseguiu alcançar seu objetivo ao formular a emulsão à base de amido de mandioca, denominada Manihotipia – uma junção do nome científico da planta com o sufixo de origem grega tipia, que significa imagem.