ATLAS/University of Hawaii/NASA

3I/ATLAS tem cerca de 10 mil milhões de ano e permite agora estudar a evolução de objetos originários de outros sistemas estelares. 

Sabe-se que objeto interestelar 3I/ATLAS é cometa interestelar e suspeita-se que possua um núcleo com cerca de 5,6 quilómetros, e uma massa potencial de mais de 33 mil milhões de toneladas.

Mas os cientistas não estavam satisfeito com o conhecimento do seu percurso, rastreado ao longo do tempo. Um novo estudo publicado na Astrophysical Journal e disponível no Arxiv quis receber de onde veio este misterioso objeto.

“Identificámos 93 encontros nominais, dos quais 62 são significativos ao nível de 2σ. No entanto, nenhum destes encontros produziu qualquer perturbação relevante,” escrevem os autores no artigo.

“O perturbador mais forte, Gaia DR3 6863591389529611264, a 0,30 pc e com uma velocidade relativa de 35 km/s, causou apenas uma alteração de velocidade de |∆v| ≃ 5 × 10⁻⁴ km/s na órbita de 3I/ATLAS. Os nossos resultados indicam que nenhum sobrevoo estelar nos últimos 10 milhões de anos e dentro de 500 pc, contido no Gaia DR3, pode explicar a trajetória atual de 3I/ATLAS ou estar associado à sua origem”, explicam.

Ou seja, nenhum destes encontros próximos (mais ou menos) poderia explicar a origem de 3I/ATLAS, tendo alterado apenas ligeiramente a sua trajetória.

“Em conjunto, todos os dados indicam que, embora 3I/ATLAS siga uma órbita no disco fino na vizinhança solar, poderá ser um objeto antigo, consistente com a ejeção a partir de um disco primitivo de planetesimais num sistema formado cedo, ou de uma nuvem de Oort externa, estando mais provavelmente associado à região de transição entre o disco fino e o espesso, embora a sua origem permaneça desconhecida”, afima a equipa.

A equipa sugere que o objeto tem cerca de 10 mil milhões de anos, tornando-o uma espécie de cápsula temporal da formação dos sistemas planetários mais antigos da galáxia e do universo, explica a IFLS.

“O que torna 3I/ATLAS único é que nos permite estudar a evolução de objetos originários de outros sistemas estelares – algo que até agora apenas teorizamos”, acrescentou Pérez-Couto, investigador do Centro de Investigação em Tecnologias de Informação e Comunicação e líder da equipa. “Cada observação é como abrir uma janela para o passado do Universo”.


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